2022 foi marcado pela retomada dos encontros e eventos presenciais, o que fortaleceu o cenário musical brasileiro e fez deste um período de excelentes lançamentos. Projetos que reforçam a resistência da cultura nacional em meio ao cenário de terra arrasada deixado pelo governo que se encerra. Confira a nossa lista com os 20 melhores álbuns nacionais do ano.
Neste conteúdo você encontrará:
20. Sim Sim Sim – Bala Desejo
Em Sim Sim Sim o Bala Desejo faz sons, ideias e estéticas, do passado e do presente se tornarem uma coisa só. A obra consegue, ao mesmo tempo, ser leve, divertida, pop e tocar em pontos que se conectam diretamente com as transformações e as cicatrizes dos últimos anos, sem jamais ficar pesada, ou melancólica.
19. Fúria – Urias
Em Fúria, Urias mostra várias facetas de sua personalidade como artista e não tem pudores de usar sua raiva e seus sentimentos mais íntimos para compor uma obra que passeia por diferentes momentos e influências artísticas. Uma estreia que supera as expectativas e a coloca em um lugar destaque no pop nacional.
18. Sal – Anelis Assumpção
De última hora, Anelis Assumpção entrou nessa lista com Sal, disco lançado neste mês de dezembro mas que já se impôs como um dos melhores do ano pela riqueza de sons e criatividade. O álbum foi concebido de forma coletiva, através de parcerias com diversos nomes importantes, o que torna sua atmosfera bastante plural e surpreendente.
17. Movimento rápido dos olhos – Rashid
Em Movimento Rápido dos Olhos, Rashid da forma um épico que conta uma história baseada nas lendas dos samurais e na filosofia de Miyamoto Musashi. A forma como o rapper conecta estes elementos da cultura asiática com a cultura hip hop e a realidade brasileira é instigante e inteligente.
16. Fui Eu que Fiz – Deize Tigrona
14 anos após seu último álbum lançado, Deize Tigrona retorna em grande estilo com o excelente Fui Eu que Fiz, disco que traz de volta todo o talento da cantora e compositora no funk, porém com mais maturidade e um olhar ampliado e cheio de nuances e sensibilidade sobre relações amorosas.
15. No Reino dos Afetos – Bruno Berle
Em No Reino dos Afetos, Bruno Berle, ao lado do produtor musical Batata Boy, constrói uma obra de extrema sensibilidade e delicadeza. O álbum dialoga com a MPB e o pop ao mesmo tempo em que tem uma estrutura cheia de quebras e inserções que tornam a experiência ao ouvir do início ao fim, bastante marcante.
14. Gêmeos – Terno Rei
Em Gêmeos, o Terno Rei amadurece a sua veia pop sem deixar de lado as raízes indie. Tocando em temas profundos de forma envolvente e inteligente, a banda consegue ampliar seu espectro artístico, e equilibrar diferentes referências para fazer um rock com frescor e força para ganhar um novo público.
13. Lady Leste – Gloria Groove
Em Lady Leste, Gloria Groove resgata suas origens para mostrar as suas várias faces. Repleto de um pop maleável, que transborda personalidade, o álbum reflete não só a evolução dela como artista, mas também um novo estágio de maturidade para a música pop brasileira. Gloria estabelece excelência em tudo o que faz.
12. Da gente – Simone
Após um intervalo de 9 anos, Simone retomou sua discografia com Da Gente álbum em que a cantora da sua inconfundível interpretação para músicas de importantes compositores nordestinos como Cátia de França, Karina Buhr, Fagner, além de ter produção de Juliano Holanda e Zélia Duncan, que dão a cantora o direcionamento necessário para ela voltar a brilhar.
11. O Que os Meus Calos Dizem Sobre Mim – Alaíde Costa
Em mais de meio século de carreira, Alaíde Costa está tendo, finalmente, o merecido prestígio e valor dado a sua voz com o álbum O Que Os Meus Calos Dizem Sobre Mim. Com produção de Emicida e Marcus Preto, o disco conecta a cantora e compositora com as novas gerações e deixa ela brilhar com um repertório intenso e arranjos delicados que dão o peso necessário para uma interpretação carregada de peso e sentimento.
10. A Vida é Uma Aventura – Maglore
Em V, o Maglore traz o melhor da experiência que a banda acumulou ao longo dos anos, tanto juntos, quanto nas experiências solo dos seus integrantes. Toda essa bagagem da forma a um disco de rock conectado com o presente, que soa moderno ao mesmo tempo em que bebe bastante de referências clássicas e mantém a excelência da banda baiana.
9. Numanice #2 – Ludmilla
Numanice # 2 já se define em seu título, que mistura português com inglês para dizer que Ludmilla está numa boa, entregando um álbum despreocupado, leve e divertido. O ponto alto está nas letras que atestam uma evolução da artista como compositora e o clima contagiante justifica o sucesso arrebatador em 2022.
8. D – Djavan
Em D, Djavan não traz nenhuma grande inovação e circula pelo terreno em que sua obra tem se firmado nos últimos anos. Porém, tudo é feito com a excelência e a maestria que o consagrou para sempre na música brasileira, o que garante uma deliciosa experiência ao ouvir, além de fazer jus ao seu legado.
7. Quantas Vezes Você Já Foi Amado? – Baco Exu do Blues
Em QVVJFA?, Baco Exu do Blues quebra os dogmas da masculinidade do homem negro e expõe suas vulnerabilidades, inseguranças medos e sentimentos que cercam relacionamentos conturbados. Tudo codificado através de versos afiados e carregados de sensibilidade e pessoalidade. Um dos grandes álbuns do rap nacional de 2022.
6. Alto da Maravilha – Russo Passapusso e Antônio Carlos & Jocafi
Alto da Maravilha é o resultado do encontro entre Russo Passapusso, do BaianaSystem, com a dupla Antômnio Carlos & Jocafi. A junção dos dois nomes deu forma a canções que celebram a música baiana, a diversidade da música brasileira e promovem um rico encontro entre o tradicional e a vanguarda, sem nunca perder o apelo popular.
5. Mil Coisas Invisíveis – Tim Bernardes
Em Mil Coisas Invisíveis, Tim Bernardes mostra uma capacidade afiada de traduzir as vivências da sua geração e falar de forma simples, carregada de emoção, de questões complexas e inquietantes sobre a vida e o tempo. Passando longe dos padrões comerciais atuais, o músico alcança o público pela sua sensibilidade.
4. Em Nome da Estrela- Xenia França
Em Em Nome da Estrela, Xenia França dá continuidade à trajetória iniciada há cinco anos, unindo a raiz africana da música brasileira com o jazz, o blues e o r&b e vislumbrando um futuro iluminado. Um álbum delicado e, ao mesmo, tempo repleto de profundidade e reflexões a respeito da vida no presente e através dos tempos.
3. Sobre Viver – Criolo
Criolo retorna ao rap com força total em Sobre Viver. No álbum, ele consegue catalisar todas as angústias, perdas e injustiças do Brasil nos últimos anos, com toda a sinceridade e poesia já conhecidas, sem perder a beleza e sem despencar para o ceticismo. Um olhar do qual a música brasileira não pode abrir mão.
2. Hábilidades Extraordinárias – Tulipa Ruiz
Em Habilidades Extraordinárias, Tulipa Ruiz mostra porque continua sendo uma figura única na atual geração da MPB e entrega um álbum multifacetado, intenso, que explode em criatividade, faz uma leitura da realidade fora do óbvio, porém precisa. Com o nono álbum, a artista mostra que sempre está em movimento e se aperfeiçoando.
1. Bom Mesmo É estar Debaixo D’agua Deluxe – Luedji Luna
Apesar de ter o termo “Deluxe” no título, a verdade é que a segunda versão do álbum lançado por Luedji Luna em 2020 funciona perfeitamente como uma obra independente. Com 10 faixas inéditas e três remix, aqui, a cantora baiana expande seu território musical e se aproxima do pop e ao mesmo tempo dialoga com o jazz e com referências da música negra de diferentes partes do mundo, tudo com uma elegância e sensibilidade impar.
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Possui passagem por assessoria de comunicação e produção de críticas musicais desde 2020 em redes sociais. Apaixonado pelo universo e cultura pop, pesquisa e produz conteúdo para o nicho desde 2019.