Regina Casé como Zoe em “Todas as Flores (Foto: Divulgação Todas as Flores)
Regina Casé desabafa sobre criticas: “A vida da gente era ruim pra caramba”
Atualmente no ar na novela “Todas as Flores”, Regina Casé deu uma entrevista para o Mano Brow no podcast “Mano a Mano”, a atriz se manifestou sobre rumores que circulam na internet de que ela odeia pobres e que fingia gostar de pessoas periféricas para ganhar relevância enquanto apresentava o programa “Esquenta” (2011-2017).
Durante a entrevista a artista falou sobre as críticas que recebe desde 2010, “As pessoas falam: ‘A Regina não gosta de pobre não, não gosta de preto. Ela mora na Zona Sul'”. Para a atriz essa foi a pior crítica que ouviu ao longo da sua carreira .
Regina Casé fala sobre crítica sobre aos convidados
Regina Casé ainda relatou que recebia duras críticas sobre o programa “Esquenta” por dar espaço para artistas periféricos, como MCs e pagodeiros em especial artistas negros por quem Regina possui grande afeição. “O estigma do programa era: ‘Regina só anda com bandido'”.
A artista que sempre deu voz para a periferia desabafa: “Diziam: ‘O Esquenta! é programa de maconheiro, macumbeiro, veado, bandido…’. Porque [para os críticos] funkeiro e bandido são sinônimos. Só que o cara que aparecia lá, ninguém sabia o nome. Eles sabem o meu. Então, todo o preconceito contra cada uma dessas pessoas fazia um funil, um ralo, e vinha para mim. A vida da gente era ruim pra caramba. De embate na rua”.
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Regina Casé fala sobre como superou o preconceito
Durante a entrevista a atriz também refletiu sobre as dificuldades que teve que superar por ser uma mulher nordestina buscando seu espaço na televisão. E sobre como as pessoas ainda olham para os artistas do nordeste.
“Por que Chico Anysio, Renato Aragão e Tom Cavalcante não viraram atores dramáticos? Por que eles vão para o humor? Porque só de ele ter aquele sotaque e aquela cara ele é considerado um palhaço. É caricato. O preconceito é tão forte e tão completamente naturalizado que não adianta, ninguém conseguiria vê-los num papel sério ou dramático”, afirmou a atriz.
Regina ainda pontuou que precisou criar seu próprio espaço, literalmente criando seus próprios programas pelo fato de não ser aceita pela sua aparência. “Qualquer nordestino era fadado a ficar no humor. Eu descobri isso logo. Porque eu tenho esta cabeça de Ademar, queixo de Adevictor e orelha de Adejar. São os três irmãos do meu avô. Com esta cara, eu logo vi que não seria a mocinha da novela.”
E por conta disso a artista precisou inventar seus próprios programas como o “Esquenta” por exemplo “Aí eu falei: ‘Não, eu vou inventar o meu lugar. Porque nesse lugar eu não vou encaixar’. Aí na televisão eu comecei a inventar os meus próprios programas, porque eu não encaixava em nenhum outro programa”, explicou.
Com o sucesso de “Todas as Flores” Regina Casé está vivendo um momento incrivel de sua carreira e ela mais durante sua entrevista para o Mano Brown no podcast “Mano a Mano” que está disponível em todas as plataformas digitais.