Polícia Federal investiga áudio de politico propondo Golpe de Estado

Polícia Federal investiga áudios entre Ailton Barros e Bolsonaro sobre suposto Golpe de Estado
Ailton Barros e Jair Bolsonaro, investigados pela Polícia Federal (Imagem: Reprodução)

Polícia Federal investiga áudio de politico propondo Golpe de Estado

A Polícia Federal (PF) está investigando um suposto áudio enviado pelo ex-major do Exército Ailton Barros ao ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, sugerindo um golpe de Estado com as Forças Armadas depois do resultado das eleições de 2022.  Conforme apurado pela coluna Poder360, há possibilidade de abertura de um novo inquérito para investigar o conteúdo da mensagem. No entanto, ainda não foi definido se haverá investigação decorrente da em curso em razão de questões técnica e jurídica.

Conteúdo do áudio investigado

O conteúdo da mensagem foi divulgado pela CNN Brasil na última quinta-feira (4). No áudio enviado a Cid, Barros cobra um posicionamento do então comandante do Exército, Freire Gomes, para aderir ao golpe. Ele também pediu que o ex-presidente fizesse um pronunciamento “para a defesa do povo brasileiro”.  “Conceito da operação. Então, hoje já é 00h59 de 5ª feira, dia 15 de dezembro. É o seguinte: entre hoje e amanhã, sexta-feira, continuar pressionando o Freire Gomes para que ele faça o que ele tem que fazer”.

Ailton Barros afirma ainda que em 19 de dezembro deveriam ser apresentados os decretos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para “botar as Forças Armadas para agir”.  Não foi divulgado, no entanto, se Cid respondeu ao áudio.  Barros foi preso na operação deflagrada na última quarta-feira (3), que apura um esquema de fraude em dados de vacinação contra a covid-19.

Segundo o inquérito da PF, além de Barros, pessoas ainda não identificadas também estariam envolvidas “em tratativas para execução de um Golpe de Estado”. Ainda de acordo com o documento, Barros, militar da reserva, foi também o responsável por pedir para que Marcelo Fernandes de Holanda inserisse os dados vacinais do imunizante contra a covid no cartão de Gabriela Santiago Cid, mulher de Cid.

Operação Venire

Na manhã de 3 de maio, a PF deflagrou uma operação para apurar um suposto esquema de fraude em dados de vacinação de Bolsonaro e familiares. Ao todo, a corporação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão preventiva, sendo 1 no Rio de Janeiro e 5 na capital federal. Os agentes realizaram buscas e apreensões na casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília.

O ex-presidente estava na residência no momento das buscas e o celular dele foi apreendido. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso. Além dele, outras 5 pessoas foram detidas. A Operação Venire foi deflagrada no inquérito das milícias digitais que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.