Vaza áudio de Jair Bolsonaro com ex-major preso pela PF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um áudio pouco antes das eleições de 2022 chamando Ailton Gonçalves Moraes Barros, apontado como operador das fraudes em cartões de vacinação em Duque de Caxias (RJ), de “segundo irmão”. O áudio foi revelado pelo jornal Extra e obtido pelo Fantástico. O ex-major Ailton Barros foi preso na quarta-feira (3) durante Operação Venire da Polícia Federal (PF), contra falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19. Ao todo, seis pessoas foram presas na ação.
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Na Operação batizada de “Venire”, a PF também prendeu o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, dentro do inquérito que apura a atuação das chamadas “milícias digitais”.
O nome da operação tem origem no princípio “Venire contra factum proprium”, que significa “vir contra seus próprios atos” ou “ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos”. É um princípio base do Direito Civil e do Direito Internacional, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.
Afinidade entre Jair Bolsonaro e Ailton Gonçalves e áudio vazado
Barros é apontado como homem de confiança de Jair Bolsonaro. Ele acompanhava o ex-presidente em viagens e apoiou o ex-presidente nas últimas eleições. O ex-major também foi votar com o presidente nas eleições. Um pouco antes, em campanha para deputado estadual, recebeu o áudio. “Ailton, você sabe, você um velho colega meu, paraquedista. Tu é meu segundo irmão, né? Primeiro é o Hélio Negão, depois é você. Tu sabe o carinho que tenho contigo, da nossa amizade. Eu nem posso declarar meu voto, né? Mas você é um cara que eu gostaria muito que tivesse sucesso aí no Rio, tá ok?”, disse.
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Histórico de Ailton Gonçalves
Expulso do Exército em 2008, Barros tem uma extensa ficha na Justiça Militar. Ele é réu em 13 processos, com anotações como tentativa de abuso sexual, diversos episódios de violência contra militares, atropelamento e desacato a superiores. Barros também chegou a ser preso administrativamente sete vezes. Desde a expulsão do Exército, a esposa dele passou a receber, dentro da lei, uma pensão integral. Atualmente o valor é de R$ 22,8 mil. Procurado, o advogado de Ailton Barros não foi localizado.
Formada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Advogada, apaixonada pelo universo do entretenimento, astrologia, área informativa política e internacional. Se dedica a esse nicho como redatora e repórter, produzindo conteúdos desde 2021.