Justiça bate o martelo e Bruno Krupp vai à júri popular

Bruno Krupp vai à Júri Popular pelo atropelamento e morte de adolescente
Modelo Bruno Krupp (Montagem: Reprodução)

Justiça bate o martelo e Bruno Krupp vai à júri popular

O modelo Bruno Krupp vai ser levado a júri popular por homicídio doloso direto, quando há intenção de matar, ou homicídio doloso eventual, quando se assume o risco de matar. Atualmente ele responde em liberdade condicional, após deixar a penitenciária de Bangu 8, no Rio de Janeiro, depois de oito meses preso pela morte de um adolescente de apenas 16 anos, atropelado em julho do ano passado (2022).

Ao protal G1, Ary Bergher, advogado de defesa de Bruno Krupp, disse que vai recorrer da decisão, para que o réu seja absolvido, ou ao menos que o caso seja considerado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. “Essa decisão é uma excrescência jurídica, totalmente teratológica, que vai contra a decisão do STJ que adentrou no mérito confirmando que não se trata de crime doloso, e, sim, culposo. Essa é uma decisão precária”.

“Não há culpa, pois ele não assumiu o risco. Ele também foi vítima desse acidente, porque se machucou e chegou a sofrer diversas cirurgias. Por conta dessa decisão (de ir a júri popular), vou recorrer da decisão”, acrescentou a defesa do modelo.

Relembre o caso

No dia 30 de julho de 2022, Bruno Krupp se envolveu em um acidente de moto que resultou na morte do jovem João Gabriel Cardim Guimarães, de apenas 16 anos. O acidente ocorreu na Avenida Lúcio Costa, na cidade do Rio de Janeiro, onde é permitido andar a uma velocidade máxima de 60 km/h. Além de não possuir habilitação, o modelo admitiu na primeira audiência do caso que pilotava sua moto a mais de 100 km/h. No final de agosto de 2022, o juiz da 4ª Vara Criminal da Capital, Gustavo Gomes Kalil tornou Bruno Krupp réu por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.

Concedida liberdade condicional

Em março deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para o modelo. Por essa razão, ele está gozando de liberdade provisória, isso significa que ele poderá responder o processo em liberdade. Vale lembrar que o habeas corpus é um remédio constitucional que tem como objetivo conceder o direito de ir e vir de um cidadão que está com sua liberdade limitada por qualquer motivo. Contudo, não se pode esquecer que Bruno está em liberdade provisória, o que significa que ele possui restrições impostas pela legislação, das quais o proíbem de realizar alguns atos e de frequentar certos lugares.

O Ministro do STJ, Rogerio Schietti Cruz acolhe a alegação da defesa de que Bruno sofre coação ilegal pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que não teria analisado seus pedidos de soltura com atenção, e teria descartado fatos novos, como o fato do modelo ter deixado de ser réu em um processo em que era acusado de estelionato. Com a liberdade provisória concedida, Bruno tem que:

  • entregar o passaporte;
  • comparecer mensalmente em juízo;
  • ter seu direito de dirigir suspenso;
  • proibido de tentar obter permissão ou habilitação para dirigir;
  • colocar tornozeleira eletrônica.

O descumprimento das medidas cautelares acima descritas acarreta volta para a prisão.  A defesa do modelo, encabeçada pelo advogado Ary Litman Bergher, reitera que Bruno é réu primário, portador de bons antecedentes e está preso há oito meses. O ministro acolheu o argumento e destacou que a revogação do mandado de prisão não altera o curso do processo.