Gonet demite funcionário da PGR após propagação de mensagens golpistas

gonet-demite-funcionario-da-pgr-apos-propagacao-de-mensagens-golpistasgonet-demite-funcionario-da-pgr-apos-propagacao-de-mensagens-golpistas
Paulo Gonet, Procurador-Geral da República, demite Antônio Rios Palhares.(Foto: Reprodução/internet)

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, tomou uma decisão firme ao demitir Antônio Rios Palhares, um funcionário da Procuradoria-Geral da República (PGR). Palhares foi responsabilizado por espalhar notícias falsas e mensagens de natureza golpista contra o Supremo Tribunal Federal (STF) através do WhatsApp. Essa ação veio após ele ser mencionado em um relatório da Polícia Federal enviado ao STF.

Palhares, que ocupava um cargo comissionado e era considerado um quadro externo do Ministério Público, ingressou na PGR em 2020. Ele era conhecido por sua afinidade com o bolsonarismo e sua ligação com o antecessor de Gonet, Augusto Aras. Antes de sua carreira na PGR, Palhares, também conhecido como Niko Palhares, foi automobilista, competindo em categorias como Fórmula Ford e Fórmula 3.

Sua exoneração foi oficializada em Diário Oficial na semana passada. Ele desempenhava suas funções na Secretaria de Segurança Institucional da PGR, recebendo um salário de R$ 5,2 mil.

Polícia Federal e seus relatórios

A Polícia Federal, em seus relatórios sobre as milícias digitais, detalhou as mensagens de Palhares. Foi revelado que, no celular do empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa, havia diálogos golpistas entre ele e Palhares. Nigri, que também foi alvo de busca e apreensão, participava de um grupo de empresários que discutia teses golpistas.

Além disso, Palhares intermediou reuniões de Nigri com membros da PGR e chegou a oferecer um carro da Procuradoria para transportá-lo em Brasília. A investigação apontou Nigri como disseminador de conteúdos claramente falsos, que eram posteriormente difundidos por Palhares.

Em agosto do ano passado, o UOL revelou que a PF encontrou mensagens de Aras para Nigri, nas quais ele prometia impedir uma investigação contra o empresário.

As mensagens do assessor da PGR

Uma das mensagens enviada por Niko Palhares a Meyer Nigri, em 28 de abril de 2022, comentava uma tentativa de encontro entre ministros do STF e o então presidente Jair Bolsonaro em agosto de 2021. Essa reunião, entretanto, foi cancelada por causa dos ataques de Bolsonaro ao Judiciário. Niko Palhares, na mensagem, dizia que apenas uma ação das Forças Armadas poderia enquadrar o STF.

Veja também: