TSE condena filhos de Bolsonaro por fake news contra Presidente Lula

Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Carla Zambelli - condenados pelo TSE por fake news contra Presidente Lula
Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Carla Zambelli – condenados pelo TSE por fake news contra Presidente Lula (Montagem: Reprodução)

TSE condena filhos de Bolsonaro por fake news contra Presidente Lula

Nesta quinta-feira (11), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP), bem como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por divulgarem um vídeo contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. No vídeo compartilhado por todos os parlamentares, Nikolas acusa Lula de incentivar o uso de drogas por crianças e adolescentes e associa-o à criminalidade, censura de redes sociais e outros. O TSE classificou o material como “fake news”. O valor da punição ainda será definido e os políticos têm o direito de apresentar recursos ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Vídeo do Deputado Nikolas Ferreira é retirado da internet

A coligação de Lula entrou com representação no TSE e conseguiu retirar o vídeo do ar em decisão liminar, depois referendada pelo plenário. No entanto, o relator, ministro Raúl Araújo, encerrou a ação sem julgar o mérito e, dessa forma, não impôs a aplicação de multa aos parlamentares. Na oportunidade, Araújo entendeu que após encerrado o período eleitoral, não existe interesse processual na apreciação de representação “cujo objetivo seja a remoção de conteúdo da internet tido por irregular veiculado durante campanha”.

A coligação de Lula recorreu da decisão, recurso analisado nesta quinta. Por maioria, os ministros decidiram que o conteúdo do vídeo extrapola os limites legais e condenaram os parlamentares à sanção de multa. O valor será determinado pelo relator do acórdão, ministro Sérgio Banhos, que divergiu de Araújo e venceu o julgamento.

O julgamento

Advogado da coligação de Lula, Miguel Novaes afirmou que seria “inócuo e inoportuno” que a utilização de fake news como estratégia saísse impune, tendo como única reprimenda a retirada de conteúdo do ar, sem aplicação de multa.

“Ninguém, absolutamente ninguém pode querer ser lícito e desvirtuar todas as opiniões de um candidato para afirmar que ele seria a favor de criança e adolescentes se drogarem, que abortem, que seja a favor de assassinatos, que ferirá a liberdade de culto de um povo fiel como o brasileiro. Estamos diante de clara desinformação”, afirmou.

O advogado Thiago Rocha, que falou pelos condenados, alegou que o vídeo não divulgou conteúdo falso. “Ao compartilhar esse vídeo, os representados não trataram em momento algum de fato inverídico, mas uma crítica, de forma ácida, a pautas por eles defendidas, pela coligação recorrente, contrária às defesas mais conservadoras da direita. O caso não trataria diretamente de um compartilhamento.”