Sonia Abrão faz revelação polêmica sobre caso Eloá e gera revolta

Sônia Abrão sobre cobertura do Caso Eloá em 2008: "faria tudo de novo"
Sônia Abrão rebate críticas sobre sua cobertura do Caso Eloá em 2008 (Montagem: Reprodução)

Sonia Abrão faz revelação polêmica sobre caso Eloá e gera revolta

A apresentadora Sonia Abrão concedeu uma entrevista a Revista Quem, na qual ela revelou não se arrepender da cobertura que realizou do Caso de Eloá Cristina Pimentel no ano de 2008, quando a jovem de 15 anos foi assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves (22 anos à época dos fatos), em Santo André, região do ABC de São Paulo.

Durante a tentativa conturbada de cessar as ameaças de Lindemberg, a jornalista entrevistou ao vivo, durante o programa A Tarde é Sua, o sequestrador e a vítima Eloá e, parece não se arrepender de sua cobertura. Sobre as críticas e as acusações de ter usado o caso trágico, que terminou com a morte de Eloá, para se promover, a apresentadora afirma que “faria tudo de novo”.

“Sem dúvida foi o momento mais dramático da minha carreira! Fui a única pessoa com quem ela falou, ainda no cativeiro, três dias antes de ser morta. Fiquei muito tensa e emocionada. Faria tudo de novo”, afirmou à revista Quem. “Não tenho problema nenhum em me desculpar. Isto tanto na vida pessoal, quanto profissional. E faço de coração, nada a ver com o medo de ser cancelada, como acontece com muitos por aí”, completou.

Imprensa foi criticada em 2008

Embora seja incontroverso que quem assassinou a tiros a namorada, foi Lindemberg, mesmo após anos da tragédia, o público e a polícia se revolta com a atitude dos veículos de comunicação durante a transmissão do caso. Inclusive, a mídia foi culpada por ter fomentado a ira do assassinado, por esse motivo, a declaração de Sonia Abrão para a revista Quem trouxe demasiada resolva nos internautas.

A autora do livro “Quem Matou Eloá?“, Lívia Perez, contudo, afirmou que: “Houve uma postura muito machista por parte da imprensa que enalteceu a personalidade do criminoso e romantizou o tipo de crime”. Ela também afirma que esse tipo de jornalismo é um dos pilares que mantém os altos índices de feminicídio no país. “Em primeiro lugar, o crime não deveria ter sido noticiado, pois esta é normalmente a conduta em casos de sequestro: o crime só é noticiado após a resolução, a fim de evitar qualquer tipo de interferência.”

Teria sido a imprensa que impulsionou o assassinato de Eloá?

Para Lívia Perez, a imprensa não só noticiou como explorou intensamente o sequestro na ânsia de conseguir um furo. Praticamente todas as tevês abertas e os principais jornais do estado entrevistaram o sequestrador durante o crime. Alguns deles o fizeram ao vivo com com jornalistas e repórteres se posicionando como negociadores. O que teria atrapalhado a negociação da polícia e dado os passos dos policiais para Lindemberg, culminando na tragédia.