PF: Planejador da morte de Marielle movimentou R$ 6,4 milhões

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PF: Planejador da morte de Marielle movimentou R$ 6,4 milhões. (Foto: reprodução/internet)

Maxwell Simões Corrêa, ex-bombeiro e agora detido por suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, teve movimentações financeiras surpreendentes.

Com um salário mensal de R$ 10 mil como bombeiro, Corrêa, entre março de 2019 e outubro de 2021, recebeu R$ 569 mil e fez pagamentos de R$ 567 mil, segundo um relatório da Polícia Federal baseado em dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

O total, R$ 1,1 milhão, é duas vezes maior do que seus rendimentos conhecidos, levantando suspeitas de atividades financeiras ilícitas.

Vínculos com Empresas e Operações Suspeitas de Lavagem de Dinheiro

Um relatório da Polícia Federal aponta que uma empresa ligada a Corrêa teve créditos e débitos no valor de R$ 5,3 milhões, em operações suspeitas de lavagem de dinheiro.

A PF identificou transações de Corrêa com pessoas suspeitas de cometer crimes, incluindo milicianos e acusados de estelionato e importação irregular.

Ligação com o Assassino de Marielle Franco

Corrêa tinha proximidade com o ex-policial militar Ronnie Lessa, identificado como o autor dos disparos que mataram Marielle Franco.

Uma delação premiada revelou que Corrêa teve papel no planejamento do crime e ajudou a custear as despesas da família de outro participante do crime, o ex-policial Élcio Queiroz, após sua prisão.

Conexões com a Milícia e Atividades Ilícitas

De acordo com a PF, Corrêa estava ligado à milícia e à venda ilegal de TV a cabo no bairro Rocha Miranda, no Rio.

Ele teria assumido parte dos negócios de Ronnie Lessa após sua prisão em 2019. Corrêa foi expulso do corpo de bombeiros em 2022 pelo governo do Rio de Janeiro.

Empresas Suspeitas e Possível Lavagem de Dinheiro

A Polícia Federal detectou que Corrêa abriu duas empresas de venda de automóveis em 2021, com a participação de um suposto laranja.

Uma delas movimentou R$ 5,3 milhões em apenas três meses, reforçando os indícios de lavagem de dinheiro.

Segundo o relatório da PF, as contas podem ter sido usadas para legalizar recursos de origem ilícita.

A advogada de Corrêa, Fabíola Garcia, disse que se manifestará após analisar toda a delação.