Padre Kelmon, ex-candidato à Presidência processa Igreja Ortodoxa

Padre Kelmon processa Igreja Ortodoxa e pede danos morais
Padre Kelmon (Imagem: Reprodução)

Padre Kelmon, ex-candidato à Presidência processa Igreja Ortodoxa

O ex-presidenciável Padre Kelmon (PTB) está processando a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil por danos morais. Autoprocalamado ‘sacerdote ortodoxo’, o político pede uma indenização de R$ 500 mil e direito de reposta da instituição devido a uma publicação, feita no período eleitoral.

Uma entidade afirmou que o Padre Kelmon não tinha qualquer vínculo com igrejas ortodoxas. Na época, o texto foi assinado por Dom Tito Paulo George Hanna, arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil. “Esclarecemos que, em pleno respeito, mas também gozando da mesma liberdade de pensamento, consciência e religião prevista no 18º artigo da Declaração dos Direitos Humanos e no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil.”

“O referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais”, dizia o documento. Nas eleições de 2022, Padre Kelmon se apresentou como sacerdote da Igreja Ortodoxa no Brasil, aparecendo em peças de campanhas com vestimentas tradicionais da igreja, inclusive nos debates presidenciais.

Quem é Padre Kelmon?

Kelmon Luiz da Silva Souza, tem 45 anos e é natural de Acajuiba (BA). No site do PTB, Padre Kemon é descrito como “homem cristão, conservador e de direita, que sempre se dedicou à igreja e ao combate da esquerda no país”. Ele ajudou a criar o Movimento Cristão Conservador e lidera o Movimento Cristão Latino Americano (Mesccla). “Nós estamos nessa luta para defender os valores e princípios da direita”, afirma ele.

Relembre candidatura do Padre à Presidência da República

Kelmon é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) desde 2018, segundo reportagem d e ‘O Globo’. Inicialmente, Padre Kelmon seria candidato a vice-presidente da República na chapa com Roberto Jefferson, que teve sua candidatura negada pelo TSE. Dessa forma, em dezembro 2022, menos de um mês da data da eleição, Kelmon foi registrado pelo PTB como candidato à Presidência da República, tendo como vice, o pastor Luiz Cláudio Gamonal (PTB).

Conforme informado ao jornal O Globo, o advogado do ex-presidenciável Padre Kelmon, Diego Maxwell, alega que Kelmon teve a “sua imagem e sua dignidade abalada, tendo sido veiculado de maneira indevida a notícia de que era falso padre”. Durante toda a campanha eleitoral, a veracidade do vínculo de Kelmon à Igreja Ortodoxa foi debatida. Ele inclusive cravou embates com a senadora Soraya Thronicke (União-MS), também ex-candidata à Presidência, que o chamou de “padre de festa junina”.

Em dezembro do ano passado, o ex-candidato foi desligado da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil por Francisco Ángel Ernesto Móran Vidal, Arcebispo Metropolitano no Peru, e pelo Monsenhor Miguel Phellype Thiago Martins, vigário episcopal no Brasil: “Decidimos cancelar a Provisão 0025/21 conferida ao Padre Kelmon Luis da Silva.”

“Também informamos que decidimos desencardinar do clero o Pe. Kelmon e também o Pe. Lucas Soares Chagas. Dessa forma, os mesmos ficam proibidos de ministrar os sacramentos e de falar em nome da Igreja Ortodoxa do Peru-Tradição canônica Síro Ortodoxa Malankara Indiana”, diz um trecho do texto.