Lula expõe desabafo sobre taxa após travar embate: “Temos um problema”
Irritado com a alta taxa básica de juros do Brasil, Lula já demonstrou seu descontentamento em várias ocasiões. Dessa vez, o presidente falou do tema durante visita a Portugal, nesta segunda-feira (24). Em seu discurso, ele criticou a taxa Selic, atualmente definida em 13,75% ao ano pelo Banco Central (BC), com quem já travou embate publicamente por causa da discordância.
Durante o Fórum Empresarial Portugal-Brasil: Parcerias para a Inovação no país europeu, Lula desabafou a respeito do assunto. “Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro [António Costa], que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato”, disparou.
Lula critica
Além disso, o presidente completou com outra crítica. “Um país capitalista precisa de dinheiro e esse dinheiro tem que circular, não apenas na mão de poucos”, afirmou. De acordo com Lula, os juros precisam cair para estimular o crédito e fazer o país crescer. “É a gente garantir que os pobres possam participar. Porque quando eles virarem consumidor, vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender”, pontuou.
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“Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica, não precisa importar da China. Mais emprego vai gerar mais salário, é a coisa mais normal de uma roda gigante da economia funcionando e todo mundo participando”, analisou o presidente. A taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, está em 13,75% desde agosto do ano passado. Na última reunião, em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa como estava, apesar das críticas públicas de Lula.
Taxa de juros em alta
“Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024″, justificou o órgão do Banco Central na ocasião.
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