Florence and the Machine traz sua intensidade de volta em ‘Dance Fever’

Após dois anos de reclusão e incertezas causadas pela pandemia, o mundo vive um recomeço e Florence Welch soube retratar o turbilhão de sentimentos envolvidos neste processo em “Dance Fever“, seu mais novo álbum e o quinto da carreira de Florence and the Machine.

Capa de ‘Dance Fever’, novo álbum de Florence +The Machine.

Concebido durante o auge da pandemia, o disco é, ao mesmo tempo, muito íntimo e pessoal, com a artista expondo reflexões sobre sua vida e carreira, e é também um catalisador de um sentimento coletivo, principalmente no que diz respeito às vivências das mulheres no mundo atual. 

A obra é inspirada na “coreomania“, fenômeno ocorrido na Europa da Idade Média, a partir do ano 1374, quando um grupo de pessoas começou a dançar ininterruptamente e incontrolavelmente até a exaustão ou mesmo à morte. Esse surto se alastrou por diversos lugares diferentes, chegando a atingir centenas de pessoas.

Essa ideia meio sombria, meio catártica, percorre toda a atmosfera do álbum. Trazendo a sensação de que esse momento histórico serve como uma ótima metáfora para descrever o sentimento que marca a vida pós-pandêmica e, ao mesmo tempo, uma intensa e eufórica jornada de autodescoberta.

Foto: divulgação

A sonoridade de “Dance Fever” é marcada por dois momentos, que são bem representados nas figuras dos seus dois produtores. O primeiro traz uma Florence um pouco mais minimalista, se afastando dos arranjos épicos e grandiosos que são sua marca. Este está sob a responsabilidade de Jack Antonoff. Produtor conhecido pelos trabalhos com nomes como Lana Del Rey, Taylor Swift e Lorde. O segundo traz de volta toda a veia explosiva e o paredão sonoro no qual a artista extravasa toda a sua intensidade e inquietação. Este é regido por Dave Bayley, líder do Glass Animals.

O álbum composto por 14 faixas abre com “King“: música que reflete sobre o papel da mulher na sociedade, questionando os lugares pré-estabelecidos. Ela começa pequena, introspectiva e vai crescendo e se expandindo assim como a urgência de se impor e se libertar. “Eu não sou mãe, não sou noiva, Eu sou rei”, diz o refrão. 

Fever” vem logo em seguida e é uma das canções mais bonitas da leva. Eufórica e elétrica, ela aborda questões de saúde mental e a dificuldade de manter controle sob um vulcão de emoções em erupção dentro de si mesmo. Mas eu escuto a música, eu sinto a batida / E por um momento, quando estou dançando, estou livre”.

Em “Girls Against God“, Florence se volta para a relação entre a religião e o feminino. Ela questiona a forma passiva e frágil como as mulheres são representadas e assume uma postura de revolta no final, mudando o clima e a sua interpretação para algo mais sombrio, flertando com o terror.

Dream Girl Evil” funciona como um desdobramento da anterior. Aqui, ela destrói uma versão feminina idealizada como alguém dócil e tradicional para dar lugar a uma personalidade assumidamente má. “Cassandra” imagina uma realidade de distopia, que lembra a cidade de Gilead, da série “The Handmaid’s Tale“.

Em “Daffodil“, a cantora traz de volta o seu lado místico e assume a forma de uma divindade que tenta aliviar as dores do mundo. “My Love” é o momento mais pop do disco. É marcada por um contraste entre o ritmo leve e contagiante e a letra melancólica, que lembra a solidão do auge do isolamento social. 

Foto: divulgação

Morning Elvis” encerra em um clima mais introspectivo. A cantora evoca Elvis Presley e a lembrança de quase ter conhecido o rei do rock para falar da montanha-russa de emoções que é a sua vida de artista. E após toda turnê, eu juro que vou desistir / São só os garotos agora, é isso / Mas o chamado, ele sempre vem.

Em “Dance Fever“, Florence and the Machine retoma a intensidade e o som expansivo dos primeiros álbuns, para dar forma a uma obra bela e potente que expurga os demônios que rondaram a vida de todos durante a pandemia, e expõe as inquietações da sua autora enquanto mulher, artista e dona do seu próprio destino. 

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