Entenda polêmica do livro do Príncipe Harry

Lançamento do livro do Príncipe Harry (Imagem: Reprodução)

As memórias do Príncipe Harry da Inglaterra, foram compiladas em um livro que está fazendo muito sucesso. Intitulado como “Spare” ou “O que sobra”, em português. Harry relata uma vida sem amor familiar, como foi o processo de aceitação da morte da mãe, dentre outros detalhes que expõe a família real.

O livro que foi lançado em 10 de janeiro é divido em três partes. A publicação é dedicada à sua esposa Meghan Markle, aos filhos Archie e Lilibeth e também a sua falecida mãe, princesa Diana, morta em um acidente de carro no ano de 1997.

O considerado best seller é recheado de polêmicas e revelações que nunca foram ditas pela família real britânica. O livro contém 500 páginas, nas quais o príncipe expõe, com riqueza de detalhes, os seus longos 38 anos de vida, trazendo à tona conflitos da Monarquia.

Na abertura do livro, Harry já desabafa dizendo “quando eu e minha esposa saímos desse lugar”, demonstrando felicidade em não estar mais próximo da família real.

Conflitos familiares

Em desabafo, o príncipe disse que fugiu do palácio temendo pela sua sanidade e integridade física, além da de sua esposa. Nessa época, ele se refere à mudança para os Estados Unidos, em plena pandemia, em janeiro de 2020, acompanhado de Meghan e Archie, momento em que ele renunciou às funções reais.

Harry escreveu que a família britânica é intolerante, por isso ele não acredita em uma possível reconciliação, visto que as brigas com o pai e irmão eram recorrentes. Ele também afirmou que não tem pretensão de assumir o trono britânico.

Amor incondicional – Princesa Daiana

Um amor incapaz de mensurar, Harry abre seu coração para falar sobre a perda de sua mãe, princesa Daiana. Ele conta que até os seus 23 anos, quando passava pelo local onde ela teria sido morta, ainda acreditava que ela pudesse estar viva.

Na ilusão de sua mente, o óbito não passava de um plano para se ver livre do assédio da imprensa e das pressões que ela foi submetida desde muito jovem. O príncipe relata que sonhava com sua genitora, seja dormindo ou acordado, aguardando seu retorno.

Quando a princesa Diana morreu, Harry ainda era muito pequeno, por isso só tem flashes dos momentos felizes que passou com a mãe, assim como as impressões que ele tinha sobre o casamento dos pais: “Era impossível não sentir a falta de carinho e amor na nossa casa”.

Grande parte das menções de Diana no livro, datam a partir da sua morte. O autor relembra que aconteceu durante as suas férias, ele tinha apenas 12 anos e só conseguiu chorar no momento do sepultamento. Ele contou que o pai (Rei Charles III), ao lhe dar a notícia, nem se quer o abraçou.

A maior parte das menções à Diana datam a partir de sua morte. Foi durante as férias escolares, relembra, e só conseguiu chorar no momento do sepultamento. Diz que o pai, ao lhe dar a notícia, não o abraçou. Tinha 12 anos, à época, e pouco entendia sobre o que, de fato, estava acontecendo.

Ressentimento

Por vezes, em um tom de ressentimento, Harry conta que desde pequeno as pessoas já faziam ele se colocar ‘no lugar dele’, que era muito diferente de seu irmão, Príncipe William. Por ocupar a 5ª posição na linha de sucessão ao trono, sua família e os tabloides o tratavam como alguém menos importante, já William sempre foi tratado como “O herdeiro”:

“Minha família havia me declarado uma nulidade. ‘O Reserva’ (… eu) era dispensável. Eu sabia disso”

Ele explica que o tratamento que ele recebia, refletiu em seu comportamento, como ele era tratado como ‘um reserva’, isso causou um desinteresse pelos estudos e protocolos reais, pois acreditava que se aprofundar nisso seria inútil.

Rebeldia na adolescência

O livro conta a versão de Harry sobre a sua fase de rebeldia na adolescência, que foi mundialmente publicada e comentada. Ele desmentiu as notícias de uma suposta internação em clínica de reabilitação para usuários de droga, o que foi divulgado falsamente pela imprensa.

Todavia, ele admitiu que usou cigarros, álcool e outras drogas, como maconha e cocaína: “Eu era um jovem de 17 anos profundamente infeliz, disposto a tentar quase qualquer coisa capaz de alterar o status quo“, explicou. Para driblar os paparazzi, Harry se escondida no porta-malas do carro:

“Ficava ali no escuro, mãos cruzadas no peito. Parecia um caixão. Não me incomodava”.

No geral, o livro impactou a todos, pois jamais alguém imaginaria que os segredos da família real britânica poderiam ser revelados, ainda mais por um dos integrantes.