
Em ‘Errante’ Adriana Calcanhotto não inova mas traz belas canções
Após um período criativo fértil durante o auge da pandemia de covid-19, que resultou no álbum “Só” (2021), Adriana Calcanhotto está de volta com um novo disco de inéditas. “Errante” é um álbum carregado de poesia que gira em torno de propostas já conhecidas no universo da cantora, mas sem deixar de trazer bons momentos.
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Canções primorosas
Em suas 11 faixas, a obra não chega a acrescentar nada de novo na riquíssima discografia da cantora e compositora gaúcha, e por isso até soa mais tímido em relação a outros momentos. No entanto, mesmo não saindo do básico, o álbum ainda traz momentos de muita beleza e refinamento.
Grande parte dessa sonoridade que impulsiona as composições se deve a excelente banda que acompanha Adriana Calcanhotto e seu violão, formada por Domenico Lancellotti (bateria), Alberto Continentino (baixo, piano e lira), Davi Moraes (guitarra e violão), Diogo Gomes (trompete), Jorge Continentino (saxofone) e Marlon Sette (trombone).
São experimentos com o samba que se desdobram aqui em diferentes resultados, horas flertando com a tropicália ou se aproximando da sonoridade de Caetano Veloso em “Transa” (1972), horas se embrenhando com elementos da música eletrônica e em outros momentos dialogando com o baião, ou com o jazz.
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As temáticas vão se alternando em momentos de alegria e tristeza, com esta última se sobressaindo em canções que abordam reflexões um tanto melancólicas ou sentimentos doídos vindos de conflitos em relacionamentos, tudo sempre enriquecido pela poética e lirismo característicos de Adriana Calcanhotto.
Destaques
“Errante” abre com “Prova dos Nove”, canção que se passa através do ponto de vista da artista, versando sobre como se enxerga e fazendo reflexões sobre sua recente descoberta descendência judia. “Larga Tudo” vem em seguida com samba de roda que traz um tom de leveza para a letra que fala sobre os prazeres da madrugada.
“Quem te Disse” é um samba canção que traz o amargor de uma rejeição amorosa, mas que não abala a personalidade da pessoa que ficou para trás. “Quem te disse que o amor vê diferenças / Lindeza, livre-se das suas crenças”, diz a letra. “Era isso o Amor”? é outro momento de desilusão amorosa que é um dos mais bonitos do álbum.
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“Reticências” é o momento mais melancólico do disco e narra o luto do fim doloroso de uma relação. “Mentira / Você não foi embora / Lá fora é dia / Cá dentro, o relento / Mentira”, diz os versos iniciais. “Horário de Verão” é uma reflexão sobre a maneira como as pessoas lidam com o tempo, ainda misturada com o sentimento de término. “Nômade”, encerra como a faixa que sintetiza toda a essência da obra.
Em “Errante”, Adriana Calcanhotto não traz nenhuma grande novidade para o seu repertório, mas não deixa de entregar belas canções, que ganham força com arranjos riquíssimos executados por uma poderosa banda. Com sua capacidade ímpar de traduzir em versos os sentimentos mais mundanos, a cantora ainda encanta mesmo com o seu básico.
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Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Possui passagem por assessoria de comunicação e produção de críticas musicais desde 2020 em redes sociais. Apaixonado pelo universo e cultura pop, pesquisa e produz conteúdo para o nicho desde 2019.