Difalia: Conheça a história do bebê que nasceu com 2 pênis e sem o ânus

No Paquistão, criança nasce com 2 pênis e sem ânus
Criança Paquistanesa nasce com anomalia Difalia (Imagem: Reprodução)

Difalia: Conheça a história do bebê que nasceu com 2 pênis e sem o ânus

Um bebê paquistanês nasceu com uma má-formação rara (difalia): ele veio ao mundo sem ânus e com dois pênis funcionais. A ocorrência de dois pênis é tão extraordinária que só foram encontrados 100 registros semelhantes na história da medicina, sendo que o primeiro caso data do século 17. O relato sobre o bebê foi publicado no International Journal of Surgery Case Reports em março passado. A diafilia, como é chamada a condição de ter dois pênis, é uma anomalia anatômica que ocorre uma vez a cada seis milhões de nascimentos.

“A diafilia é muitas vezes associada a outras malformações congênitas, como a uretra aberta, o saco escrotal deslocado no corpo, a bexiga duplicada ou fora do corpo, o ânus fechado e até malformações de vértebras”, descreveram os médicos.

Entenda o caso raro e como pode ser solucionado

O bebê nasceu de parto normal após 36 semanas de gestação. Os pênis não eram iguais entre si, um sendo 1 centímetro maior que o outro. Os dois tinham todas as funções urinárias estabelecidas e, ao que tudo indicava, também estavam aptos para as funções reprodutivas. O bebê passou por cirurgias de emergência no pós-parto para abrir o canal do reto. Os dois pênis foram mantidos, mas a criança passará por exames periódicos. “É preciso avaliar qual é o pênis menos funcional para começar as cirurgias plásticas”, afirmaram os médicos. Como anatomicamente ambos os pênis parecem funcionais, será preciso um estudo mais aprofundado para determinar qual deles será retirado.

Pesquisa

Em um artigo científico publicado em abril no International Journal of Surgery Case Reports, a equipe médica que tratou do bebê paquistanês explicou o processo da cirurgia, que manteve os dois órgãos com os quais ele nasceu e criou uma alternativa ao ânus, para que a criança pudesse defecar. Nesse estudo, os autores afirmam que as chances de se ter difalia, pelo menos até onde a ciência a identifica, são de uma em seis milhões. Só 100 casos foram registrados no mundo, e o primeiro deles data de 1609. O paciente paquistanês e sua família não tiveram suas identidades divulgadas pelos pesquisadores.