Defesa do autor das facadas em Jair Bolsonaro pode ter relação com o PCC

Defesa de Adélio Bispo estaria envolvida com PCC
Adélio Bispo, autor das facadas em Jair Bolsonaro em 2018, e seu advogado Zanone Manuel de Oliveira
(Montagem: Reprodução)

Defesa do autor das facadas em Jair Bolsonaro pode ter relação com o PCC

Segundos informações do jornal Folha de S. Paulo, a Polícia Federal está com uma investigação em andamento que cita uma possível relação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) com pagamentos para a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada em Jair Bolsonaro em 2018. Anteriormente, dois inquéritos da PF apontaram que Adélio teria agido sozinho no dia 6 de setembro daquele ano.

Em 2020, um dos advogados de Adélio Bispo teria recebido R$ 315 mil reais da facção criminosa. O advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães afirma que o pagamento, dois anos depois da facada (2018), foi feito por outros clientes e que não tem relação com o PCC. As informações foram publicadas na edição desta última quarta-feira (19). Na reportagem, o jornal informa que o fato foi descoberto depois da obtenção de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e que a cúpula da PF não concordaria com essas informações preliminares do inquérito.

Investigações e conclusões

A investigação, presidida pelo Delegado Martin Bottaro, foi instaurada em 2022, depois que a Justiça autorizou a PF a ter acesso ao conteúdo do celular de advogados que fizeram a defesa de Adélio. Bottaro é considerado um dos principais especialistas em PCC na polícia federal atualmente. A descoberta por meio do COAF de pagamentos fracionados de R$ 315 mil realizados em 2020, por pessoas supostamente ligadas ao PCC, para uma empresa no nome de Magalhães. Esse valor viria de empresas consideradas laranjas e utilizadas pelo “Setor de Ajudas” do PCC, estrutura que custeia despesas de integrantes da facção.

O montante é próximo ao valor máximo citado por Zanone Oliveira Junior, advogado que fez parte da defesa de Adélio, como o que seria cobrado caso tivesse ficado no caso até eventual chegada de recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF). Um registro no livro-caixa de Zanone com pagamento de R$ 25 mil e a rubrica “caso Adélio”. Um grupo de troca de mensagens entre os advogados no aplicativo WeChat com o nome “Adélio PCC”.

Relembre o caso

Adélio Bispo está preso desde 6 de setembro de 2018 no Presídio Federal de Campo Grande (MS), quando cometeu o atentado contra a vida de Jair Bolsonaro, então candidato às eleições presidenciais de 2018. No dia do ataque, o político estava sendo carregado por apoiadores em Juiz de Fora, Zona da Mata de Minas Gerais. Adélio é considerado pela perícia como um perigo para a sociedade por ser ‘delirante e louco’.