[Crítica] Em ‘That! Feels Good!’ Jessie Ware se consagra como diva da dance music

Jessie Ware
Jessie Ware entre hinos dançantes em ‘That! Feels Good!’. (Foto: divulgação).

[Crítica] Em ‘That! Feels Good!’ Jessie Ware se consagra como diva da dance music

Após o lançamento do seu terceiro álbum, “Glasshouse”, Jessie Ware entrou em um período de desânimo com o alcance restrito que suas músicas tinham no cenário musical e até chegou a pensar em encerrar a carreira. Até que em 2020, em pleno auge da pandemia de Covid-19 a cantora renasce com o aclamado “What’s Your Pleasure”.

Com um disco voltado para o house e a disco-music e hits que colocaram as pessoas para dançar dentro da suas casas, a britânica renasceu e alcançou um público que ainda não a conhecia. Sua consagração pôde ser testemunhada no comentado show que ela realizou no Primavera Sound São Paulo, no ano passado.

Agora, Jessie Ware assume de vez a sua vocação para diva da dance music e se aprofunda ainda mais nas referências das décadas de 1970 e 1980 em “That! Feels Good!”, seu mais novo álbum. Reunindo o mesmo time de colaboradores do disco anterior, com a inclusão de Stuart Price, conhecido por seus trabalhos com Madonna e Dua Lipa, a artista entrega verdadeiros hinos para as pistas de dança.

Apesar de dar seguimento a estética e sonoridade disco, That! Feels Good! escapa de ser uma mera repetição e mostra que Jessie Ware ainda tem muito fôlego explorando o gênero. As 10 faixas soam mais maduras, com um som mais encorpado e a habilidade vocal da cantora em destaque.

Hits para as pistas de dança

“Free Yourself”, o primeiro single a ser revelado ao público, ainda no ano passado, é um prelúdio do que o disco tem a oferecer. É uma faixa arrasa-quarteirão que te leva a se sentir em uma cartasse numa balada desde os primeiros toques de piano em sua introdução e convida a se liberar de todas as amarras e se entregar ao ritmo.

Esse é o clima que permeia todo o álbum, esquecer os problemas, a vergonha e viver intensamente cada segundo. É o que anuncia a faixa-título que faz a abertura da obra. “Isso é bom / Faça de novo”, pede a britânica. “Pearls” é outro momento arrebatador que reúne o melhor de Donna Summer e Chaka Khan.

Jessie Ware
(Foto: divulgação).

Sensualidade e elegância

“Hello Love” entrar em um clima mais romântico e sensual com uma bem-vinda pegada latina. “Begin Again” mistura elementos atuais da música eletrônica com o épico-dançante da disco-music. “Beatiful People” evidência o espirito hedonista da obra e mantém a temperatura elevada.

Vale destacar também os backing-vocals que permeiam toda a obra com as luxuosas participações de Kylie Minogue, a comediante Aisling Bea e o ator Jamie Demitrou. O clima festivo segue sem nunca perder o fôlego até o final com a sequência “Freak Me Now”, “Shake The Bottle”, “Lightning” e “These Lips”.

Em “That! Feels Good!” Jessie Ware entrega poder, elegância, talento, sensualidade e deslumbre com uma obra recheada de potencias hits que com os quais é possível ficar indiferente. Dominando os gêneros ligados a dance music habilidosamente e celebrando os ícones pretos e LGBTQIA+ que fundaram o estilo, a britânica vive atualmente o momento mais luminoso da carreira.