Em meio à divergências com Lula por causa da taxa Selic, o Banco Central (BC) comunicou nesta segunda-feira (27) a saída de Bruno Serra Fernandes, diretor de Política Monetária. Fernandes tinha mandato até 28 de fevereiro e, desde então, ele continuou como interino. No entanto, nos últimos dias ele pediu exoneração do cargo.
Em nota, o BC agradeceu os serviços prestados por Fernandes. “O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comunica a saída do diretor Bruno Serra Fernandes, após o fim de seu mandato, em 28 de fevereiro de 2023. Em nome do Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto agradece ao diretor Bruno Fernandes pelos relevantes serviços prestados ao Banco Central e à Diretoria Colegiada”, disse em comunicado.
Com a saída de Bruno Serra Fernandes, caberá justamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nomeação do substituto, que também passará por sabatina no Senado. A relação de Lula com o Banco Central, no entanto, teve uma sequência de desgastes nas últimas semanas por conta de discordâncias sobre a taxa básica de juros da economia brasileira.
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Lula x Banco Central
Na semana passada, Lula voltou a criticar a decisão do BC de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Em entrevista transmitida pela internet, o presidente afirmou que continuará brigando pela redução. “Eu vou continuar batendo, eu vou continuar tentando brigar para que a gente possa reduzir a taxa de juros, para que a economia possa ter investimento”, declarou.
“Uma coisa que eu acho absurda é a taxa de juros estar a 13,75%, num momento em que a gente tem o juro mais alto do mundo, num momento em que não existe uma crise de demanda, não existe excesso de demanda”, disparou Lula na ocasião. O comentário do presidente aconteceu um dia após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que manteve a taxa de juros como estava.
A justificativa para manter a Selic
Em nota no último dia 22, o Banco Central justificou a decisão. “Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a”, informou. “O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024”, explicou.
No comunicado, o BC também disse que seguirá em vigilância para avaliar as estratégias. “Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”, afirmou.
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