Advogados defendem Jair Bolsonaro e expõe Mauro Cid; Entenda

Mauro Cid é exposto pela defesa de Jair Bolsonaro
Mauro Cid e Jair Bolsonaro (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Advogados defendem Jair Bolsonaro e expõe Mauro Cid; Entenda

Em uma coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira (15), a defesa de Jair Bolsonaro respondeu  perguntas pertinentes aos gastos da família, momento em que o advogado Fabio Wajngarten, contou em primeira mão, que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, afirmou que o marido é “pão duro”, e por isso as suas compras eram feitas no cartão de uma amiga, chamada Rosimary Cardoso. No entanto, o que mais chamou atenção foi e exposição de Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro que está preso atualmente.

Gastos de Jair Bolsonaro são apresentados

O advogado Wajngarten, afirmou que Cid era responsável por todos os gastos da família Bolsonaro e do Poder Executivo. Ele apresentou uma tabela com os gastos mensais do ex-presidente pagos com dinheiro vivo, por meio de saques da conta pessoal. Segundo os advogados, há também um livro-caixa que será entregue para os investigadores.

Segundo a tabela apresentada, os saques mensais da conta pessoal de Bolsonaro começaram a partir de fevereiro de 2019 e seguiram até dezembro do ano passado – com exceção de junho de 2020. Para os defensores, os saques mensais durante os quatro anos de mandato presidencial variaram entre R$ 5.680 (maio/2020) e R$ 25.350 (abril/2019) – com a maioria dos meses somando entre R$ 10 mil e R$ 20 mil em dinheiro vivo.

Os valores dos saques mensais, segundo os advogados, aumentam progressivamente e continuamente entre o primeiro e o último ano de governo. Enquanto, em 2019, a maior parte dos meses somava menos de R$ 10 mil em saques, todos os meses de 2020 foram acima dessa marca. Foram registrados, ao final de cada ano, em saques da conta pessoal do ex-presidente: 1) 2019: R$ 129.160; 2) 2020: R$ 147.790; 3) 2021: R$ 171.000 e 4) 2022: R$ 186.300. Ao todo, foram sacados da conta pessoal do ex-mandatário R$ 634.250 em quatro anos

Conforme o ex-secretário de Comunicação, esse procedimento foi adotado desde o início do mandato do político do PL por preocupação com fraudes em sua conta. Ainda foi defendido que esse dinheiro vivo era utilizado para pagar as despesas pessoais, que não são permitidas para pagamento com o cartão corporativo da presidência, como, segundo exemplo apresentado, absorventes íntimos femininos. Também foi defendido por Wajngarten que Bolsonaro “jamais utilizou o cartão corporativo pessoal”.

Defesa de Jair Bolsonaro expõe Mauro Cid

Em diálogos revelados no final de semana, pelo portal Uol, entre Mauro Cid e assessoras de Michelle Bolsonaro, a Polícia Federal teria identificado orientação para que pagamentos de despesas da então primeira-dama fossem feitos em dinheiro vivo para evitar investigações sobre eventuais irregularidades.

Na segunda-feira (15), o Uol noticiou que o episódio levou a uma investigação da Polícia Federal, que teria identificado a realização de depósitos em dinheiro vivo para Michelle, que seriam coordenados por Mauro Cid. Wajngarten explicou que os valores foram omitidos. Os advogados afirmaram que somam a quantia de R$ 348 todos os gastos mencionados em uma conversa de Cid com as assessoras de Michelle.

Já no que diz respeito a uma suspeita de “rachadinha”, devido a um diálogo revelado no qual as assessoras da ex-primeira-dama perguntam a Cid qual seria a melhor forma de convencê-la a parar de utilizar o cartão de crédito de uma amiga e passar a utilizar o próprio, Wajngarten disse que o receio era causar alarde na imprensa se a prática fosse descoberta.