Shakira, Elton John e outras celebridades são citadas na Pandora Papers

A cantora Shakira, o músico Elton John, o cantor Júlio Iglesias, o ex-Beatle Ringo Starr, entre outras celebridades têm sido citados pela imprensa internacional nos últimos dias nas reportagens do Pandora Papers, mas não por causa dos seus trabalhos artísticos, mas sim pela forma como administram as suas riquezas.

Todos criaram offshores em lugares como as Ilhas Virgens Britânicas, onde os impostos são baixos ou inexistentes e seus negócios – e identidades – ficam distantes do público.

Seus nomes estão junto com os de políticos e bilionários em documentos revelados nos Pandora Papers, investigação internacional conduzida pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês), a respeito de empresas em paraísos fiscais.

Pandora Papers
Ringo Starr, Elton John e Shakira foram citados nas reportagens do citadas na Pandora Papers (Imagem: Reprodução)

A descoberta levanta suspeitas, pois o grau de sigilo que os Paraísos Fiscais oferecem dificulta determinar se os donos utilizam as offshores para esconder bens de governos, credores ou do público.

Offshore é um termo em inglês que significa “fora da costa”, algo existente fora do território, fora de um país. A palavra se refere a uma empresa aberta em outros países, geralmente em locais onde as regras tributárias são menos rígidas — e não há necessidade de declarar o dono, a origem e o destino do dinheiro.

Segundo a Agência Pública, os Pandora Papers identificaram formulários de 3 offshores em nome de Shakira em 2019. Representantes da cantora declararam que as empresas foram criadas antes de a artista morar na Espanha e que os formulários eram parte do processo de transferência das sociedades para um escritório de advocacia a ser dissolvido. Disseram também que essas empresas não têm receitas nem exercem alguma atividade.

Já Elton John, ainda segundo a Pública, é dono de mais de 12 empresas registradas nas Ilhas Virgens Britânicas. Os nomes de algumas delas remetem a trabalhos do cantor, como WAB Lion King Ltd. e HST Billy Elliot Ltd. – produções para às quais o artista trabalhou. Representantes do cantor disseram ao ICIJ que as offshores pagam impostos no Reino Unido e que ele não as utiliza para reduzir ou evitar o pagamento de taxas.

Ringo Starr abriu duas empresas nas Bahamas, segundo a reportagem da Agência Pública. As offshores foram usadas para investir em empreendimentos imobiliários, incluindo uma “residência particular em Los Angeles”. O ex-Beatle possui também 5 fundos no Panamá. Três deles mantêm apólices de seguros de vida que têm os filhos do músico como beneficiários, e um outro é usado para manter a receita de royalties e das apresentações ao vivo do astro. Procurados, representantes de Starr negaram-se a responder sobre o assunto.