O apresentador Ratinho virou alvo de um processo milionário. O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação civil pública em que pede a condenação de Carlos Roberto Massa (verdadeiro nome dele) e de sua rádio, a Massa FM, pela prática de dano moral coletivo causado às mulheres com atuação na política.
Na ação, o MPF pede que o contratado do SBT seja condenado a pagar R$ 2 milhões de indenização. O motivo é a “veiculação de estereótipos de gênero e propagação de violência generalizada” contra a deputada federal Natália Bonavides (PT/RN).
Além disso, o processo do Ministério Público Federal pede que a Rádio Massa FM seja obrigada a veicular campanhas e ações de conscientização sobre os direitos das mulheres e combate à violência de gênero, pelo período mínimo de um ano.
O ataque de Ratinho
Ratinho atacou a deputada em um programa de rádio no dia 15 de dezembro de 2021. Na época, ele sugeriu que Natália fosse eliminada ao comentar sobre uma informação de que a parlamentar teria um projeto de lei para retirar as palavras pai e mãe das certidões de nascimento. No entanto, a tal notícia era falsa.
“Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa do teu marido, a cueca dele, porque isso é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos? Não dá para pegar uma metralhadora, não?”, disparou o apresentador na ocasião.
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Mas, além da ameaça, para o MPF, Ratinho se dirigiu à Natália em tom jocoso e utilizando estereótipos discriminatórios que atingem todas as mulheres. Na ação, o órgão listou algumas expressões, como “vai lavar roupa”; “vá costurar a calça do seu marido”; “a cueca dele” e “a gente tinha que eliminar esses loucos”.
O Ministério Público Federal listou alguns pontos que fizeram a prática alcançar caráter coletivo. Um deles é a veiculação de estereótipos de gênero contra a participação feminina na política.
Além disso, o MPF destacou a busca do apresentador em atingir a deputada na condição de representante do povo. Com isso, as ofensas tiveram aspecto pessoal e institucional, segundo o órgão. No comentário, Ratinho também adotou tom de propagação generalizada da violência, ao defender a eliminação de todos “esses loucos”.
Formado em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Pitágoras e roteirista. Um apaixonado por televisão, e amante das novelas desde que se entende por gente.
