Rainha do rock e precursora pop BR, Rita Lee é ícone que abriu caminhos na música brasileira

Rita Lee
Rita Lee desbravou vários caminhos na música popular brasileira. (Foto: reprodução/redes sociais.)

Rainha do rock e precursora pop Br, Rita Lee é ícone que abriu caminhos na música brasileira

Rita Lee nos deixou na noite desta segunda-feira (8), aos 75 anos, mas fica para sempre um legado inestimável de uma carreira repleta de ousadia e pioneirismos que mudou os rumos da música popular brasileira. Ao longo dos mais de 50 anos de história artística, a paulistana nunca perdeu o espirito livre e transgressor.

Participação na história

Já no início, na segunda metade da década de 1960, como parte do grupo Os Mutantes, ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, Rita Lee fez história ao protagonizar alguns dos momentos mais marcantes da “era dos festivais” ao acompanhar Gilberto Gil na execução de “Domingo no Parque” no histórico Festival da Canção, da Record, em 1967. Posteriormente a banda integrou o movimento tropicalista ao lado do baiano.

Dentro do trio, Rita construiu uma obra que serve de referência para artistas do Brasil e de todo o mundo até hoje, com músicas completamente vanguardistas e provocadoras que desafiavam a censura imposta pela ditadura militar como “Panis Et Circenses”, “Ando Meio Desligado”, “Balada do Louco”, “Top Top”, “2001”, e outras.

Desbravando os caminhos para a presença feminina no Rock, sendo a única a frente de uma banda naquele momento, Rita Lee deixou os Mutantes, do qual foi expulsa pelos dois colegas,  para se tornar gigante e exercer toda sua liberdade durante a carreira Solo. O álbum “Fruto Proíbido” (1975) é um dos grandes clássicos da música brasileira e é repleto de hinos feministas que são celebrados até hoje como “Ovelha Negra”, “Agora Só Falta Você”, “Luz Del Fuego” e outras.

Precursora do Pop

Rita Lee é merecidamente conhecida como Rainha do Rock, mas vale destacar também que ela definiu as diretrizes do pop brasileiro a partir do momento em que se juntou com marido e eterno parceiro Roberto de Carvalho, no final da década de 1970, para dominar as rádios de todos o país com uma série de hits.

Músicas como “Chega Mais”, “Lança Perfume”, “Nem Luxo Nem Lixo”, “Baila Comigo”, “Flagra”, “Saúde”, “Mutante” e muitas outras estão eternizadas no inconsciente coletivo dos brasileiros e são verdadeiras pérolas do pop que são referenciadas e base de inspiração para todas as principais artistas da gerações seguintes e até os dias de hoje.

Transgressora

Para além de tudo isso, não tem como deixar de lembrar o espírito transgressor de Rita Lee que, ao lado de Chico Buarque, foi a artista que mais sofreu com a censura da ditadura militar e mesmo assim nunca deixou de falar e cantar tudo o que pensa, sendo pioneira ao falar sobre a sexualidade e o prazer feminino.

Em hits como “Mania de Você”, “Doce Vampiro”, “Banho de Espuma”, “Bem-Me-Quer”, “Pega Rapaz”, entre outros, Rita falou sem pudor sobre os prazeres do sexo, sobre amor do ponto de vista feminino, sempre mantendo o bom-humor a irreverência e o tom provocador que desafia o conservadorismo e a hipocrisia da sociedade.

Rita Lee foi genial em várias frentes e por isso seu legado será imortal e está destinado a ser renovado e relembrado por esta pelas próximas gerações. Suas músicas vão sempre inspirar alguém em determinado momento da vida e nunca vão deixar de soar como o que há de mais moderno e vivo na cultura brasileira. Como a própria diz, ela fez um monte de gente feliz.