Em megaoperação deflagrada na manhã de quarta-feira (22), a Polícia Federal foi às ruas para prender integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções do país. Os criminosos, segundo as investigações, pretendiam sequestrar e matar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) e é o principal investigador da facção criminosa no país.
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Cerca de 120 policiais federais cumpriam 24 mandados de busca e apreensão, sete de prisão preventiva e quatro de prisão temporária em cinco unidades da Federação: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Até as 9h40, nove pessoas tinham sido detidas. Além, de Sérgio Moro, criminosos também pretendiam matar a esposa dele, Rosangela, e os filhos do casal.
No chamado pacote anticrime, Sérgio Moro propôs, dentre outras medidas, a vedação da visita íntima e o monitoramento dos contatos dos presos, inclusive com os seus advogados, em presídios federais. Em 2018, o promotor Lincoln Gakiya pediu a transferência de Marcola de São Paulo para um presídio federal. No início do ano seguinte, o chefe do PCC foi levado para a Penitenciária Federal de Brasília.
Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e…
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 22, 2023
Início das investigações
Os planos de ataque foram descobertos pelo Ministério Público de São Paulo, que compartilhou as informações com a Polícia Federal. De acordo com as investigações, o sequestro e a morte de Sérgio Moro e de outras autoridades seriam feitos para obter dinheiro e conseguir o resgate de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC.
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De acordo com as diligências da PF, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea. O grupo do PCC responsável pela operação seria a Sintonia Restrita, que é uma espécie de “setor de inteligência”, com uma ampla rede de criminosos. O nome da operação se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações das possíveis vítimas.
No Twitter, o ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou sobre a operação. Confira:
Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) March 22, 2023
Versão do Promotor de Justiça
O promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo Lincoln Gakiya afirmou hoje que o plano do PCC para matar autoridades, incluindo Sergio Moro, seria por retaliação. Gakiya, que também é um dos alvos do grupo, disse que o plano da facção seria revanche por mandado de prisão de uma liderança, em entrevista ao canal BandNews.
Gakiya disse acreditar que, se não fosse a operação de hoje, plano contra Moro já poderia ter sido executado. “Estava em andamento. Tem chácaras, imóveis alugados, veículos blindados, armamento, tudo isso no Paraná a disposição deles”.
Formada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Advogada, apaixonada pelo universo do entretenimento, astrologia, área informativa política e internacional. Se dedica a esse nicho como redatora e repórter, produzindo conteúdos desde 2021.