PF encontra documentos no celular de Mauro Cid que confirmam tentativa de golpe de estado
A Polícia Federal (PF) encontrou no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, uma minuta de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A medida só pode ser assinada pelo presidente da República e determina a atuação das Forças Armadas em operações militares para casos de perturbação da ordem pública.
Além da minuta, mensagens encontradas indicam que o entorno de Bolsonaro realizava estudos para um eventual golpe de Estado, conforme investigações da Polícia Federal. A corporação não detalha como o documento levaria a um possível rompimento institucional. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal O Globo nesta quarta-feira (7).
Prisão de Mauro Cid e relação com Jair Bolsonaro
Cid está preso desde 3 de maio depois de ser alvo de Operação Venire da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos em cartões de vacinação contra a covid-19. Em entrevista à revista Veja, em 19 de maio, Bolsonaro disse que suas conversas com Cid contêm “segredos de Estado” e palavrões em “linguagem de zap”, em referência ao aplicativo de mensagens WhatsApp. Porém, afirmou que não há registro de conversas ilícitas envolvendo dinheiro entre os dois.
Ao todo, o tenente-coronel já prestou depoimento para a PF em 4 ocasiões: duas pela fraude nos cartões de vacinação e duas pelas joias. O depoimento da última quinta-feira (1) marcou a 3ª vez em que Mauro Cid foi ouvido no inquérito que investiga a tentativa do governo Bolsonaro de entrar com joias sauditas no Brasil sem declará-las à Receita Federal.
Detalhes do depoimento de Mauro Cid
Conforme apurou a colunista Malu Gaspar do O Globo, Mauro Cid depôs novamente em Brasília, na sede da PF, nesta quarta-feira (7). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi quem assinou o documento autorizando o depoimento. No despacho, ele escreveu que Cid “reuniu documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de estado” e afirma que o conteúdo trata “da possibilidade de emprego das Forças Armadas em caráter excepcional destinados a garantir o funcionamento independente e harmônico dos poderes da União”.
Formada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Advogada, apaixonada pelo universo do entretenimento, astrologia, área informativa política e internacional. Se dedica a esse nicho como redatora e repórter, produzindo conteúdos desde 2021.