PF descobre plano de militares aliados de Bolsonaro para golpe de Estado e prisão de Ministro

Militares aliados de Jair Bolsonaro planejavam golpe de estado e prisão de Moraes, segundo PF
Jair Bolsonaro e seus aliados militares, Mauro Cid e Ailton Gomes (Montagem: Reprodução)

PF descobre plano de militares aliados de Bolsonaro para golpe de Estado e prisão de Ministro

A Polícia Federal (PF) identificou áudios e mensagens de celular que apontam planos dos militares do núcleo duro de Jair Bolsonaro (PL) para realizar um golpe de Estado e prender o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. As articulações eram conduzidas pelo ex-major do Exército Brasileiro e advogado Ailton Gomes.

O plano foi descoberto pela PF a partir de arquivos do WhatsApp encontrados na quebra de sigilo telemática do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid. Ailton foi candidato pelo PL a deputado estadual no Rio de Janeiro em 2022 e, durante a campanha, apresentava-se como “01 do Bolsonaro”.

Entenda o contexto

Preso preventivamente na Operação Venire por supostamente fraudar dados de vacinação contra Covid-19, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, inclusive, teria participado de conversa na qual um golpe de Estado era tramado. Conforme consta em investigação sigilosa da Polícia Federal, Ailton Gomes se dispôs:

“A incitar grupos de manifestantes para aderirem a pautas antidemocráticas no interesse do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, havendo fortes indícios de que o referido investigado, além de ter proximidade com o ex-ajudante de Ordens Mauro Cid, também teria um contato direto com o ex-presidente”, diz texto da investigação.

Além disso, os arquivos encontrados após a quebra telemática revelam que Ailton Barros “tinha proximidade com integrantes de grupos que lideraram as manifestações ocorridas no dia 7 de setembro, possivelmente do ano de 2021, se colocando à disposição para inserir pautas de ataque ao STF, ao Ministro Alexandre de Moraes e ao sistema eletrônico de votação”. As imagens capturadas de diálogos indicam ainda que Barros trocava mensagens sobre esses temas com o contato registrado como “PR01”, chamado pelo investigado de “PR”.

Planejamento do Golpe

O plano de golpe era planejado em decorrência da não aceitação do resultado da eleição presidencial ocorrida em 2022, visando manter no Poder, Jair Bolsonaro. Além de restringir o exercício do Poder Judiciário brasileiro, por meio da prisão de Moraes. Datado de 15 de dezembro, um dos áudios mostra Barros dizendo: “É o seguinte: entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”.

“Até amanhã à tarde, ele aderindo, bem, ele faça um pronunciamento, então, posicionando-se dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Está abalada em todo o Brasil”, complementa Barros.