Saiba como foi o depoimento de Jair Bolsonaro na PF

Saiba detalhes de como foi o dia de depoimento de Jair Bolsonaro na PF
Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Saiba como foi o depoimento de Jair Bolsonaro na PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a sede da Polícia Federal (PF), após mais de três horas e meia de depoimento nesta terça-feira (16). Ele foi ouvido no âmbito da investigação que apura supostas fraudes em cartões de vacina da Covid-19, iniciada pela Operação Venire. Bolsonaro chegou ao prédio por volta de 13h30 e o depoimento começou às 14h. Ele deixou o local pouco antes das 18h, sem falar com a imprensa. Estava acompanhado dos advogados Fábio Wajngarten, Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser.

Há duas semanas, quatro pessoas ligadas a Bolsonaro foram presas pela PF suspeitos de fazerem parte de um esquema de inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS). A PF quis saber de Bolsonaro se ele tinha conhecimento da manipulação de dados nos cartões de vacina no nome dele e de familiares, como sua filha de 12 anos com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Detalhes do depoimento

1) Bolsonaro disse que nunca determinou a inserção de dados falsos de que estivesse vacinado no ConecteSUS:Indagado se solicitou a Mauro Cesar Cid que intermediasse a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em seu nome no sistema do Ministério da Saúde, respondeu que não. Indagado se solicitou a Ailton Barros que intermediasse a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em seu nome no sistema do Ministério da Saúde, respondeu que não. Indagado se solicitou a alguma outra pessoa a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em seu nome no sistema do Ministério da Saúde, respondeu que não”, diz trecho do depoimento de Bolsonaro, segundo a PF.

2) Declarou que o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cid gerenciava sua conta no ConecteSUS: “Indagado se Mauro Cesar Cid administrava a conta do declarante no aplicativo ConecteSUS do Ministério da Saúde até a data de 22/12/2022, respondeu que sim, que toda a gestão pessoal do declarante ficava a cargo do ex-ajudante de ordem Mauro Cid.”

Certificado de vacinação

3) Disse que Mauro Cid nunca comentou como obteve os certificados de vacinação e sequer comentou sobre os certificados: “Indagado se Mauro Cesar Cid arquitetou e capitaneou toda a ação criminosa relativa às inserções de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, à revelia, sem o conhecimento e sem a anuência do declarante, respondeu que se Mauro Cid arquitetou foi à revelia, sem qualquer conhecimento ou orientação do declarante.”

4) Sobre a emissão de um certificado por seu usuário no dia 22 de dezembro de 2022, às 8h, do Palácio do Planalto, disse que dificilmente estaria no local: “Indagado sobre o motivo de ter emitido o certificado de vacinação contendo dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no aplicativo ConecteSUS, respondeu que desconhece a emissão do referido certificado em 22/12/2022; que esclarece que tendo em vista o horário de acesso, dificilmente, encontrava-se no Palácio do Planalto.”

5) Sobre a filha, disse que ela entrou nos Estados Unidos se declarando como não vacinada: “Indaga-se se o declarante solicitou a inserção de dados falsos de vacinação no sistema Ministério da Saúde em nome de L.F.B., respondeu que jamais solicitou a inserção dos dados falsos em nome de sua filha L.F.B; que ao entrar nos EUA sua filha se declarou como “não vacinada” contra a Covid-19.”

Via, G1.