Novela das seis da Globo, Amor Perfeito ficou engavetada por 20 anos
Nova novela das seis da Globo, Amor Perfeito passou vinte anos engavetada antes de ser produzida. Com inspiração na obra “Marcelino Pão e Vinho”, de José María Sánchez Silva, a trama de Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr. foi criada em 2003, mas acabou engavetada e saiu de lá somente há dois anos, quando o projeto ganhou uma nova chance.
Parceiros em algumas obras, Duca e Júlio criaram a história na época em que escreviam juntos o Sítio do Picapau Amarelo. “A primeira vez que eu fui ao cinema foi com a minha avó, uma imigrante portuguesa, analfabeta, foi para assistir ao filme ‘Marcelino Pão e Vinho’. Eu tenho uma relação muito afetiva com essa história. Devia ter uns seis ou sete anos de idade e foi muito marcante para mim. Júlio e eu fizemos essa sinopse há muitos anos, a gente escrevia juntos o Sítio do Picapau Amarelo”, contou a autora.
Novela engavetada há 20 anos
“Isso foi em 2003, a Duca veio com essa ideia e começamos a criar a sinopse, que ficou guardada. Recentemente, há uns dois anos, ela me perguntou o que eu achava da gente revisitar aquela sinopse. Aí começamos a retrabalhar, dar uma outra forma para aquela sinopse, agora com um olhar mais amadurecido”, detalhou Júlio.
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Duca disse que Amor Perfeito tem um propósito, assim como as outras novelas que escreveu. “Acho que todas as novelas que eu escrevi até hoje tinham um propósito, desde Cama de Gato (2008), por exemplo, a gente se inspirou muito, eu e a Thelma [Guedes], na tese de Fernando Braga da Costa um psicólogo social, que falava sobre trabalhadores invisíveis”, afirmou.
O propósito de Amor Perfeito
A autora, então, revelou qual é o intuito do novo folhetim da Globo. “Fizemos uma novela, Cordel Encantado (2011), em que o propósito era falar do Nordeste ‘heráldico’, mostra a riqueza da cultura popular nordestina. Depois Órfãos da Terra (2019), que trata do tema do refúgio, e Joia Rara, (2013) que fala de budismo. Agora o nosso propósito é dar luz para a essa excelência negra que sempre existiu no Brasil, e que ficou escondida”, declarou ela.
Júlio Fischer explicou que o tema da história de Marcelino, que é a inspiração para a trama central, também serviu para a criação de outros núcleos. “A gente aproveita esse fio de trama para criar outros núcleos, outros personagens, tratando desse mesmo tema – a relação entre pais e filhos, nas suas diferentes formas”, destacou o autor de Amor Perfeito.
Formado em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Pitágoras e roteirista. Um apaixonado por televisão, e amante das novelas desde que se entende por gente.
