Autora revela inspiração para novela da Globo: “Muito marcante”

Camila Queiroz interpreta a mocinha Marê em Amor Perfeito, nova novela das seis da Globo (Foto: Vitor Chapetta/Ag News)
Camila Queiroz interpreta a mocinha Marê em Amor Perfeito, nova novela das seis da Globo (Foto: Vitor Chapetta/Ag News)

Nova novela das seis, Amor Perfeito é baseada na obra “Marcelino Pão e Vinho”, de José María Sánchez Silva. E a ideia de adaptar a história veio de um momento marcante na vida de Duca Rachid, autora da Globo que é uma das responsáveis pela trama, ao lado de Júio Fischer e Elísio Lopes Júnior.

A trama de Amor Perfeito é dividida em duas fases, entre 1934 e 1942. A trama se passa na fictícia cidade de Águas de São Jacinto, no interior de Minas Gerais. A obra “Marcelino Pão e Vinho”, de José María Sánchez Silva, que baseou a história do folhetim, teve sua primeira publicação no início dos anos 50. Em 1955, chegou ao cinema e tornou-se um sucesso mundial. E foi ali o primeiro contato da autora com a história.

“A primeira vez que eu fui ao cinema foi com a minha avó, uma imigrante portuguesa, analfabeta, que nunca tinha ido ao cinema também. Não era um hábito dela. Mas ela foi para assistir ao filme ‘Marcelino Pão e Vinho’ e me levou. Eu tenho uma relação muito afetiva com essa história. Devia ter uns seis ou sete anos de idade e foi muito marcante para mim”, contou Duca.

Novela da Globo quer espalhar amor

A autora disse que a intenção com a novela é espalhar um pouco de amor em tempos tão difíceis. “Eu acho que a gente está sempre honrando alguém [com esses projetos]. Sinto um pouco isso escrevendo essa novela com uma história que era muito cara à minha avó. Tenho essa vontade de espalhar um pouco de amor, empatia, essa ideia de solidariedade e fraternidade, de que a gente está tão carente. Espalhar um pouco de amor, fé e leveza vai ser bom”, completou.

Para a construção de Amor Perfeito, os autores destacam também a importância de uma estética que tem como base a própria história do Brasil, muitas vezes desconhecida. “A gente começa pelo fato de que o nosso Marcelino [Levi Asaf], na nossa versão, é um menino negro. Isso já norteia todo o desenvolvimento da história”, disse Júlio Fischer.

“Esteticamente, também, a gente está obedecendo a referências históricas. É uma cidade ficcional, sim, mas não é uma cidade fantasiosa. É uma cidade que bebe muito da realidade que a gente absorveu em pesquisa. Temos referências quase absolutamente desconhecidas da nossa chamada elite intelectual”, detalhou o autor.

Elísio Lopes Jr. afirmou que a novela trará um Brasil ainda não descoberto por muitas pessoas. “Temos o desejo de que seja uma novela brasileira, com uma história universal, que além de amor, trata de fé, empatia e solidariedade, num Brasil que sempre existiu, mas permanece desconhecido por parte do grande público. Um Brasil com cores, formas e culturas diversas”, ressaltou.