Marisa Monte e Jorge Drexler lançam na última quinta, 14 de outubro, em todas as plataformas digitais Vento Sardo, faixa inédita do álbum Portas.
“Vento Sardo é a minha primeira parceria com o Jorge Drexler. Fizemos essa música na Sardenha, em uma travessia de barco a vela. O vento representa o dinamismo do ar, da vida e da natureza em constante movimento e mutação. Tudo passa, tudo passará”, afirma Marisa Monte em comunicado enviado à imprensa.
“Alguns anos atrás, no final de um almoço de férias com nossas famílias, Marisa pegou o violão despretensiosamente e, como quem propõe um jogo de cartas, me disse: ‘tenho essa ideia’, e sugeriu que eu escrevesse uma música junto com ela. Compor com Marisa é assim: brincar, com os pratos ainda na mesa, crianças participando, do jeito mais descontraído, lúdico e cotidiano que se possa imaginar”, lembra o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler.
O artista completa: “Sempre quis escrever assim: como quem brinca, e Marisa foi minha professora nisso. Tenho uma lembrança clara daqueles dias, a bordo de um veleiro, escrevendo para onde o vento nos levará. Que aquele mesmo vento sopre agora, ventile e nos limpe destes tempos de distância e portas adentro”.
No dia 22 de outubro, Marisa Monte será a primeira mulher brasileira a receber o Prêmio Tenco, em Sanremo, na Itália. Desde 1974, o Tenco reconhece a carreira de artistas que deram suporte à canção autoral no mundo e entre os premiados estão Leonard Cohen, Joni Mitchell, Laurie Anderson, Paolo Conte, Nick Cave e os brasileiros Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Acompanhada por Davi Moraes, Dadi e Pretinho da Serrinha, Marisa se apresentará na cerimônia com Jorge Drexler como convidado. “Compartilho e dedico essa premiação à todas as mulheres da música brasileira. Obrigada, clube Tenco!”, comemora Marisa.
Assista “Vento Sardo”, de Marisa Monte e Jorge Drexler
Vento que levanta a onda
Que carrega o barco
Que ondula o mar
É o mesmo que vai dar na praia
Que levanta a saia
Rodada de oiá
Hay tiempos de andar contra el viento
Cuando el contratiempo comienza a soplar
Então o vento que é de aragem
Bate no varal pra me dar coragem
O vento que vem de longe
Quem sabe da fonte do vento solar
O vento que é o movimento do ar
Vamos levantar a vela
Abrir a janela
Ventilar a dor
Vamos a nombrar al viento
Celebrar su aliento
Purificador
Pampero, Terral, Tramontana,
Alisio, Santana, Siroco, Mistral
Levante, Minuano y Cierzo
Y mil más que el verso quisiera nombrar
Às vezes o vento muda
Sai batendo a porta faz tudo voar,
O vento é o temperamento do ar
Sopro
Sopra
Soprará
Sopro
Sopra
Soprará
Vento que levanta a onda
Que carrega o barco
Que ondula o mar
É o mesmo que vai dar na praia
Que levanta a saia
Rodada de oiá
Hay tiempos de andar contra el viento
Cuando el contratiempo comienza a soplar
Então o vento que é de aragem
Bate no varal pra me dar coragem
O vento que vem de longe
Quem sabe da fonte do vento solar
O vento que é o movimento do ar
Sopro
Sopra
Soprará
Soprará
Pampero, Terral, Tramontana,
Alisio, Santana, Siroco, Mistral
Levante, Minuano y Cierzo
Nordeste, leste, sudoeste
Sudoeste
Marcelo Argôlo é jornalista e pesquisador musical. Autor do livro Pop Negro SSA: cenas musicais, cultura pop e negritude, atua no mercado de comunicação e jornalismo musical desde 2012. Nesse período, teve passagens por redações, agências e assessorias. Atualmente se dedica ao Mix Me e a projetos de produção de conteúdo sobre música pop e negritude.