Na última segunda-feira (3), Kanye West foi protagonista de uma nova polêmica internacional. Durante um desfile surpresa da sua coleção de roupas, na semana de moda em Paris, o rapper apareceu usando uma camisa estampada com a frase: “White Lives Matter” (“Vidas brancas importam “), se tornando alvo de críticas.
No decorrer do desfile, vários modelos apareceram vestindo a camiseta. A peça, que fazia referência ao movimento antirracista dos Estados Unidos, ‘Black Lives Matter’, causou confusão entre o público. Alguns acharam que se tratava de uma brincadeira, ou uma ironia do rapper, porém ele endossou a polêmica em suas redes sociais.
“Todo mundo sabe que o ‘Black Lives Matter’ é uma farsa. Agora acabou. De nada! “, escreveu Kayne. O astro do rap ainda fez uma série de publicações em que pedia para “falar sobre coisas mais importantes “, entre elas, “como Bernard Arnault matou meu melhor amigo”.
Arnault é o CEO da LVMH, grupo dono da grife Louis Vutton, que teve como diretor criativo o designer de moda Virgil Abloh, falecido em 2021, em decorrência de um câncer.
O ‘White Lives Matter’ é uma contrarresposta ao movimento que combate à violência policial de cunho racista nos EUA e é considerado por muitas autoridades e estudiosos do país como uma mobilização neonazista.
Reforçando ainda mais sua postura controversa, Kanye West ainda posou com a ativista conservadora Candace Owens em fotos que foram publicadas nas redes sociais. A camisa foi amplamente criticada e recebeu o repúdio de nomes como Boosie Badazz e Jaden Smith.
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O chefe de mídia e parcerias de West, Jason Lee, deixou o seu cargo e se manifestou contra a atitude do rapper.
“Eu amo Ye como pessoa e apoio a liberdade de expressão. Mas isso está distorcendo os negros e fortalecendo a supremacia branca. Não tenho certeza se ele ainda tem amigos para contar, mas isso é totalmente decepcionante.”, escreveu Lee em seu Instagram nesta terça-feira (4).
“Eu vou exercer a liberdade de expressão e dizer que ninguém negro jamais disse que as vidas dos brancos não importam. Mas quando os negros fazem isso, a necessidade de validação dos brancos apenas grita”, completou.
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Possui passagem por assessoria de comunicação e produção de críticas musicais desde 2020 em redes sociais. Apaixonado pelo universo e cultura pop, pesquisa e produz conteúdo para o nicho desde 2019.