Haddad fala em plano de ajuste e impacto em programas sociais

Fernando Haddad em debate no Senado Federal
Fernando Haddad em debate no Senado Federal (Foto: Diogo Zacarias/MF)

Haddad fala em plano de ajuste e impacto nos programas sociais

Em sessão de debates no plenário do Senado Federal, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou o comprometimento do governo Lula em redirecionar o Brasil para o desenvolvimento com sustentabilidade fiscal, social e ambiental. “Temos que voltar a ter transparência nas contas públicas. Esse é o nosso compromisso”, disse.

Haddad participou da 38ª reunião de Debates Temáticos do Senado Federal, convocada para discutir o tema “Juros, Inflação e Crescimento”. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também esteve presente. “Quem produz riqueza nesse país é o trabalhador, o empresário. Não é na conta deles que tem que cair qualquer tipo de ajuste. É preciso cobrar de quem não paga, ajustar as contas, ajustar o juro e fazer esse país crescer novamente”, afirmou o ministro da Fazenda.

Haddad explica proposta do governo

Ao explicar o conjunto de ajustes que estão sendo executados e propostos pelo governo federal, Haddad destacou o cenário crítico da economia nacional verificado na virada de 2022 para 2023. “O ano de 2022 foi absolutamente atípico. As estimativas do Tesouro Nacional são de que, em virtude do último processo eleitoral, foram gastos valores, em termos de renúncia de receitas e aumento de despesas, consideradas as três esferas de governo, da ordem R$ 300 bilhões, recursos que o Brasil não dispunha”, declarou.

Para o ministro, o “impacto negativo não se resume ao passado”. Ela salientou que outras decisões anteriores precisam ser revistas, pelo potencial de impactar o futuro das contas públicas. “Essa herança precisa ser administrada”, apontou, lembrando da necessidade das medidas saneadoras das finanças públicas, mas sem sacrificar os mais pobres. “Buscamos a maneira correta de fazer o ajuste, sem penalizar aqueles que dependem do SUS, da escola pública, da universidade pública, da segurança pública, da assistência social”, afirmou.

“Atribuo ao atual sistema tributário uma grande parte da ineficiência da nossa economia”, declarou Haddad, que prosseguiu. “Há de se falar de corte de gastos? Sim, sobretudo o gasto tributário. Essa é peça-chave para a construção de um ambiente macroeconômico mais confiável para o Brasil”, completou ele, destacando que esse gasto custa quatro vezes mais para o país do que o Bolsa Família.

Plano de ajustes

De acordo com o ministro da Fazenda, o plano de ajuste inclui a manutenção e o fortalecimento dos programas sociais, assim como reordenamento das contas do governo. Sob tal panorama, ele reforçou a importância do novo Arcabouço Fiscal e da Reforma Tributária, propostas prioritárias já em andamento.

“Temos uma grande oportunidade de, no primeiro semestre, votar a Reforma Tributária, garantindo que o bom empresário tenha condições competitivas e possa melhorar a produtividade da nossa economia”, disse. Neste novo momento, foi estabelecido um horizonte de planejamento de médio e longo prazo, com um panorama que seja capaz de ampliar a atuação de investidores estrangeiros e nacionais. De acordo com Haddad, o foco é gerar mais empregos, renda, riquezas e desenvolvimento, sempre de forma sustentável.