2022 é o ano de Gloria Groove. Pelo menos é o que a cantora garante e tem demonstrado com o sucesso do seu mais recente álbum, “Lady Leste”. Com mais de 5 milhões de ouvintes mensais no Spotify – sendo uma das drag queens mais ouvidas do mundo – Gloria está de malas prontas para a Europa. Ela embarca em julho para uma série de shows em Portugal, Inglaterra, Espanha, Irlanda, Suíça e França.
Em conversa com o Mix Me, a dona do hit “Vermelho” falou da expectativa para a “Tour Europa de Gloria Groove” e os planos de conquistar a tão sonhada carreira internacional.
“Acho que tenho um ano ainda me esperando com muitas coisas relacionadas ao palco. Tenho um Rock in Rio chegando em setembro e a minha turnê pela Europa em julho. Esse ano, para mim, é de apresentar para as pessoas todo esse trabalho que venho construindo e que acredito que pode ser um passaporte para uma carreira ainda mais expansiva, vista por mais gente. E, por que não, uma carreira internacional”, diz.
E se depender do talento e da disposição para conquistar novos fãs fora do Brasil, o mundo já é dela. Recentemente, o álbum “Lady Leste” e a música “Leilão” conquistaram, cada um, mais um certificado, referente à 160 mil cópia equivalentes vendidas. Mérito esse que Gloria recebe com orgulho.
“Só eu sei o quanto eu trabalhei de fato para que a ‘era Lady Leste’ fosse o maior momento da minha carreira até agora. Certificados acabam sendo mais uma confirmação de que eu estou no caminho certo”, conta.
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Você já emplacou vários sucessos e apresenta uma versatilidade que se encaixa em vários ritmos. Como a sua evolução como artista influencia nisso?
Eu já era artista muito antes de ser a Gloria Groove. Trabalho desde os meus sete anos de idade profissionalmente e já faz 20 anos que faço isso. Já a Gloria foi uma descoberta mais recentes, faz uns seis anos. Então, eu estou sempre entre essas duas sensações de ‘já faz muito tempo que eu faço isso’ e ‘tudo isso é muito novo’. Essa nova formatação me permite explorar lados da minha persona artística, da minha arte, do meu canto e da minha dança.
E foi através do surgimento da Glória que você teve a oportunidade de mostrar, em maior escala, a sua arte, né?
Apesar de já ter feito arte, de diversas maneiras, antes da chegada da arte drag na minha vida, foi só através da Gloria Groove que eu consegui transcender e fazer disso a minha carreira. Costumo dizer que a arte drag mudou muito a minha vida e que meu trabalho acaba sendo mostrar que tudo que eu sou está para muito mais além do que me libertou. As minhas possibilidades são infinitas.
E isso influencia também na sua possibilidade de montar um repertório diverso?
Fico muito feliz quando rola esse reconhecimento de ser uma artista versátil, nessa coisa da diversidade do repertório. Mas, na verdade, isso é mais incomum somente no mainstream. Eu tenho uma vivência de cantora de baile, de teatro musical. E, nessas vivências, a gente precisa saber cantar de tudo e ter todos os repertórios. E o nosso Brasil está cheio de cantores que, assim como eu, são incríveis e versáteis. Quanto mais unificado a gente fica como cultura, mais essa coisa do estilo musical pouco vai importar e mais a gente vai ver artistas que fazem de tudo. Esse é o mundo que eu quero ver e, por isso, procuro me explorar de diversas maneiras.
Você é uma explosão de ouvintes nas plataformas e, também, de virais nas redes sociais. Recentemente você recebeu certificados sobre as suas músicas recentes… Como que isso chega para você?
Isso faz parte dos nossos grandes sonhos enquanto artista. Sou uma pessoa que acompanha muito a carreira de outros artistas. Então, quando vem um certificado é mais uma confirmação de que estamos no caminho certo, de que tudo que a gente trabalha e planta está colhendo da forma que a gente precisa. Esses trabalhos que receberam esses certificados são todos trabalhos da “era Lady Leste”, que eu estou divulgando agora. São trabalhos que envolvem meu álbum. Existe toda uma sensação de gratidão quando vejo esses certificados. Só eu sei o quanto eu trabalhei de fato para que a “era Lady Leste” fosse o maior momento da minha carreira até agora. Certificados acabam sendo mais uma confirmação de que eu estou no caminho certo.
Como você se sente tendo conquistado um lugar de destaque na cena pop da música no Brasil?
Me sinto muito realizada e extremamente feliz. Foi nesse lugar que eu mirei há seis anos, quando eu tirei o meu trabalho do meu quarto e levei para as boates. Mesmo sem ter essa referência direta. Hoje eu sinto que fiz parte de uma transformação, em que vários outros jovens como eu podem ter essa realização e podem chegar a esse lugar. E, por que não, vários outros artistas LGBTQIA+ ocuparem esse espaço no Brasil. Além da arte, tem a importância de eu ser um corpo LGBTQIA+ que faz diferença em todo país.
Você entende que está direcionando a arte drag para um novo caminho, criando e sendo uma nova referência?
Eu entendo que o meu trabalho faz parte de uma transformação do que se entendia enquanto arte drag, há quase dez anos. Entendo que a gente faz parte dessa transformação. Mas, para mais do que isso, ainda tem a questão pessoal do quanto a Gloria Groove é uma criação dos meus 17 anos. Hoje, aos 27 anos, tenho que fazer as pazes constantemente com essa criação e fazendo com que ela se ressignifique todos os dias, para que ela continue sendo a minha fortaleza. Até hoje, eu sigo muito apaixonada pelo que eu faço. Existe uma paixão muito grande, porque essa é minha referência.
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2022 já começou sendo um ano de muitas realizações para você. Já foram muitas conquistas. E ainda tem muita coisa para acontecer, como show no Rock in Rio e turnê na Europa. O que você espera fazer com tudo isso?
Quero continuar realizando muitas coisas dentro do âmbito da música. Acho que tenho um ano ainda me esperando com muitas coisas relacionadas ao palco. Tenho um Rock in Rio chegando em setembro e a minha turnê pela Europa em junho. Esse ano, para mim, é de apresentar para as pessoas todo esse trabalho que eu venho construindo e que eu acredito que pode ser um passaporte para uma carreira ainda mais expansiva, vista por mais gente. E, por que não, uma carreira internacional.
Ouça o álbum “Lady Leste”, de Gloria Groove:
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