Família de George Floyd processa Kanye West após fala polêmica

Nesta terça-feira (18), Roxie Washington, mãe da filha de George Floyd, confirmou que contratou uma equipe de advogados para processar Kanye West, seus parceiros de negócios e associados, após o rapper ter declarado que o homem negro morto por policiais nos EUA, não foi assassinado.

Kanye West
Família de George Floyd processa Kanye West após fala polêmica. (Foto: Reprodução/YouTube/ABC).

Segundo o TMZ, os advogados da família acusam o artista também conhecido como Ye de assédio, apropriação indébita, difamação e inflição de sofrimento emocional, pedindo US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhões na cotação atual) em indenização pelos danos causados.

O veículo teve acesso a uma carta dos advogados dirigida a Kanye West, que fala sobre as falas polêmicas ditas pelo famoso durante entrevista ao podcast “Drink Champs”, que foi ao ar neste fim de semana.

“A causa da morte do Sr. Floyd está bem resolvida através de provas apresentadas em tribunais durante os julgamentos criminais e civis que resultaram de sua morte prematura e horrível. No entanto, você fez declarações maliciosas que são imprecisos e infundados, causando danos ao patrimônio do Sr. Floyd e sua família”, diz o texto.

Os advogados da família ainda pedem para que West apague a sua entrevista e suas declarações sobre o ocorrido e que não mais pronuncie o nome de George Floyd.

Durante a entrevista, Ye questionou que Floyd tenha realmente morrido asfixiado. “Quando você olha, o joelho do cara nem estava no pescoço dele assim”, disse, mencionando o caso que desencadeou uma série de manifestações contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos.

A declaração é radicalmente oposta a postura que o artista vinha demonstrando. Ainda este ano, ele fez uma doação de US$ 2 milhões (mais de R$ 10 milhões) para as famílias de George Floyd, Ahmaud Arbery e Breonna Taylor, outras pessoas negras assassinadas nos Estados Unidos.

O rapper ainda criou um plano para a filha de Floyd, Gianna Floyd, para guardar uma quantia em dinheiro que seria destinada a pagar inteiramente pela educação superior da menina, atualmente com oito anos.

A morte de George Floyd por asfixia foi comprovada por médicos durante o julgamento que condenou o policial responsável pelo assassinato. Na época, um relatório de toxicologia apontou que Floyd tinha o analgésico fentanil e a droga metanfetamina em seu sangue.

A defesa do ex-policial, Derek Chauvin, argumentou que o fentanil causou a perda de oxigênio de Floyd. No entanto, o médico de terapia intensiva, disse que a respiração de Floyd não diminuiu o suficiente para que o analgésico tenha sido um fator em sua perda total de oxigênio.