Exclusivo: Black Alien prepara EP de reggae e curta-metragem para 2022

“Tudo veio do skate”. Entre manobras e vivências da rua, Gustavo de Almeida Ribeiro, mais conhecido com Black Alien, teve sua primeira movimentação na musicalidade nos anos 1980, quando foi convidado, em plena pista de skate, a subir no palco ao lado do rapper Speedfreaks.

De lá para cá, o artista segue driblando obstáculos com sua potente originalidade e carregando quase 30 anos de carreira, perto de completar meio século de vida.

Black Alien
Aos 50 anos em 2022, Black Alien celebra com álbum de reggae e curta-mentragem (Reprodução)

2022 de Black Alien

Sua quinquagésima volta ao sol será regada a muitas novidades, que perpassam outras vertentes culturais. Em entrevista exclusiva ao portal Mix Me, Black Alien contou em primeira mão sobre seus próximos passos.

Segundo o artista, com quase 50 anos de idade, em 2022 haverá o lançamento de mais um álbum, um EP de Reggae com 5 faixas, além de um curta-metragem, dirigido, roteirizado e narrador por ele mesmo.

“Eu amo cinema e, produzindo o clipe de Chuck Berry, eu percebi isso.  Já era apaixonado de ver. Agora, fiquei apaixonado de fazer. É uma história simples que muito dela é verdade”, pontuou sobre sua nova descoberta.

“Abaixo de Zero: Hello Hell”

O último fruto da bagagem de álbuns foi “Abaixo de Zero: Hello Hell”, que consagrou o retorno de Black Alien ao mercado musical. Um ano antes do lançamento, o artista, que estava com depressão, resolveu se aconchegar na casa de um amigo: em suas palavras, foi como um “retiro”.

Foi lá que, segundo o artista, “aconteceu o desencanto da caneta”, quando escreveu a música Cartas para Amy. “Foi o desencanto da caneta parte dois. Eu falava: a gente tem que sair desse buraco. E foi assim que fui tentar correr atrás de contrato para lançar o disco e correr para compor mais músicas”, enfatizou o artista.

Mas a luta era grande, dentro e fora de casa. Correndo contra os vícios e cenários longe da realidade, o artista resolveu se mudar para casa de um amigo para dar segmento ao álbum.

“Eu não pegava inspiração. Era um puta condomínio. Eu canto rapper, como vou ter inspiração vendo um monte de mansão? Aí me mudei para casa de um amigo no Vale do Anhangabaú, bem no centro de São Paulo. Foi até um teste para mim. Era o lugar onde eu pegava drogas. Foi ali que saíram Área 51, Que nem o Meu Cachorro e Aniversário de Sobriedade”.

Depois de menos de um ano de lançamento do álbum, o mundo se encontrou de frente com a pandemia do Covid-19. Com mais de 20 meses sem subir aos palcos,  Black Alien contou como driblou a situação.

“Foi a caneta que segurou as contas o tempo todo. Fazendo uma coisa diferente. Sem perder a essência, mas que pagava as contas. Foram quatro músicas escritas e produzidas durante os 21 meses “, explicou.

Apesar da falta dos palcos, Gustavo de Almeida Ribeiro, segue firme para os próximos desafios ao lado da sua fiel companheira, a arte.

“A música representa tudo. O mundo sem música não existe. É uma arte que eu exerço. Eu comecei sendo letrista e cantando só porque não tinha ninguém para cantar. Eu sento para escrever sem pretensões. Não acho que vou salvar o mundo. Mas talvez eu seja a fagulha para alguém que vai salvar o mundo”.

E Black Alien segue andando e manobrando a vida, passeando e fazendo o que gosta, assim como fazia com seu skate.

“O esporte com skate é uma contracultura e é da rua. E toda a revolução ela vem da rua. O skate abriu as portas para mim na  música, para programas de TVS e filmes. Eu descobri muita coisa de música por causa dessa paixão”, celebrou durante a conversa.