Enquanto os desfiles icônicos das Escolas de Samba ainda não aconteceram e estão deixando todos carnavalescos ansiosos com o retrato, reflexão e homenagem que cada Agremiação trará, vamos dar uma volta no tempo e relembrar as maiores polêmicas dos dias de folia.
A maioria das polêmicas que envolvem os carros alegóricos, interpretação na Avenida, samba-enredo tem relação com a intolerância religiosa, diversas de posicionamentos referentes à religião, assim como assuntos que são tabus para a sociedade.
- Fernanda Paes Leme revela segredo do seu relacionamento
- Após quatro anos, Marina Ruy Barbosa acerta retorno às novelas
- Pitty anuncia turnê comemorativa dos 20 anos de ‘Admirável Chip Novo’
Neste conteúdo você encontrará:
Cristo Mendigo
No ano de 1989, o carnavalesco Joãosinho Trinta criou o enredo “Ratos e urubus, larguem minha fantasia” e trouxe a imagem de Jesus Cristo para a avenida, em consonância à Escola de Samba Beija-Flor.
A ideia era de que a réplica do Cristo Redentor aparecesse como um mendigo. Contudo, a Igreja Católica conseguiu proibir a apresentação através de um processo na justiça e, em protesto, o carnavalesco levou para o Sambódromo a peça coberta por um plástico preto e a frase “mesmo proibido, olhai por nós”.
O desfile ainda contou com uma ala de componentes vestidos como mendigos que escalavam os camarotes e “roubavam” salgadinhos. A polêmica foi tanta que até hoje o desfile é lembrado e já foi revisitado diversas vezes tanto pela própria Beija-Flor como por outras escolas.
A primeira nudez a gente nunca esquece
Em 1989, Eloni Lara foi a primeira mulher a aparecer completamente nua na avenida, pela Escola de Samba União da Ilha. O enredo da agremiação abrangia a “Festa Profana” na avenida, no qual a jovem apareceu sem calcinha ou tapa-sexo.
Naquela época não houve nenhum repúdio à atitude de Eloni, a TV deu vários closes nas partes íntimas da moça durante a apresentação do carro Roma Pagã. Todavia, a repercussão foi tão grande que, no ano seguinte, a Liga das Escolas de Samba declarou proibida a genitália desnuda.
A inspiração para o veto da proibição da genitália desnuda se deu porque, novamente, o polêmico carnavalesco Joãosinho Trinta, decidiu criar o enredo “Todo mundo nasceu nu”, para a escola de samba Beija-Flor no ano de 1990, conquistando o 2º lugar com o tema.
O vídeo do Youtube no qual transmitia Eloni nua, foi censurado pela plataforma em tempos mais recentes, em razão da violação das políticas sobre nudez e conteúdo sexual.
“Vamos vestir a camisinha, meu amor”
Já no ano de 2004, Joãosinho Trinta causou polêmica novamente ao fundar o samba-enredo “Vamos vestir a camisinha, meu amor”, para Escola de Samba Grande Rio. Novamente, a Igreja Católica conseguiu, através de decisão judicial (Promotoria de Infância e Juventude), impedir que a escola desfilasse como gostaria.
Isso porque, segundo a Igreja, as cenas dos carros alegóricos traziam imagens de sexo para o Sambódromo. Em resposta à polêmica, dois carros alegóricos entraram na Avenida cobertos com tarjas pretas e a palavra “censurado”.
Devido aos problemas relacionados ao enredo, a Grande Rio acabou se classificando em 10º lugar e o carnavalesco, criador da polêmica foi demitido algumas horas antes da apuração das notas.
Jesus açoitado
No ano de 2005, a Escola carioca Beija-Flor produziu uma apresentação, na qual o carnavalesco era novamente Joãosinho Trinta. O enredo tratava sobre as missões dos jesuítas no Rio Grande do Sul.
A apresentação incluía Jesus Cristo sendo açoitado em frente aos carros alegóricos, interpretado por um passista. Novamente a Igreja Católica protestou e a escola alterou a ideia original, trazendo então, um passista representando Jesus ensanguentado na crucificação e consolado por Maria Madalena.
Holocausto
No ano de 2008, a Escola de Samba Viradouro criou um samba-enredo polêmico, através do carnavalesco Paulo Barros. O enredo consistia no Holocausto de Adolf Hitler representado por diversas pessoas mortas.
Após ser alvo de um processo, a escola desfez a alegoria apenas 2 dias antes do desfile, e colocou em seu lugar um carro alegórico cheio de faixas contra a censura, com a representação dos passistas com as bocas amordaçadas.
Bebê raquítico
No ano de 2008, a Escola de Samba carioca Portela teve como ideia central do seu samba-enredo a preservação da água. Todavia, o que era para ser uma reflexão, tomou proporções muito maiores quando no Sambódromo surgiu a imagem de um bebê raquítico em um dos carros alegóricos.
A agremiação ainda surpreendeu pois, a criança raquítica se transformava em um bebê saudável e do cenário que passava de um lugar devastado para uma floresta. Embora não tenha sido impedida de desfilar, a escola causou polêmica naquele ano.
Formada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Advogada, apaixonada pelo universo do entretenimento, astrologia, área informativa política e internacional. Se dedica a esse nicho como redatora e repórter, produzindo conteúdos desde 2021.