Emicida fala sobre autoritarismo e racismo no Conversa com Bial

Convidado do Conversa com Bial desta última quarta-feira (01), o rapper Emicida refletiu sobre a situação do Brasil em meio ao cenário político mundial. O artista destacou que é necessário que o brasileiro tenha noções históricas sobre o país, como o autoritarismo.

Emicida e Fióti no Conversa com Bial (Reprodução/TVGlobo)
Emicida e Fióti no Conversa com Bial (Reprodução/TVGlobo)

“É só quando a gente encarar no espelho a nossa raiz autoritária é que a gente vai compreender que todas as conciliações que a gente acredita ter feito continuam em abertos. Isso pra mim é coisa urgente. Por isso a gente fala em conhecimento”, disse Emicida.

Ao lado de seu irmão, Evandro Fióti, o artista contou um pouco de sua vida e relembrou quando foi ensinado por um dos professores a usar o limpa vidro do ônibus como um metrônomo, objeto usado por musicistas para identificar o tempo musical, para seus estudos de música.

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“Eu vinha duas horas da Vila Mariana até o Cachoceira com ele fazendo tec tec e eu estudando música. Essa é a força de um projeto social e é isso que o Brasil interrompe quando ele não entende que ele é sim responsável pela desigualdade que ele transforma em paisagem”, contou.

Mostrando um pensamento otimista sobre os tempos atuais, o cantor afirmou que é necessário não perder a esperança: “A gente não pode perder a esperança de vista. Porque sem esperança, sem uma utopia que mantém a gente caminhando, o ser humano é um punhado de areia seca”.

Ele ainda completou destacando os problemas enfrentados com a pandemia e a má administração do governo. “A gente não pode normalizar quase 600 mil vidas diretamente perdidas”, afirmou.

Irmandade

Fióti, que divide as obrigações com Emicida na LAB Fantasma, aproveitou a participação na entrevista para se declarar ao irmão. O produtor musical exaltou a conexão que os dois têm em suas vidas.

“Eu brinco com o Leandro, eu falo que Zambi, que Deus, na hora de conceder a gente no ventre da nossa mãe pensou assim: ‘vai dois corpos, mas uma alma só, porque eles vão ter que ser complementares pra dar conta da missão que a gente precisa conduzir nesse tempo da vida’”, disse Fióti.

Emicida e Fióti foram convidados para o Conversa com Bial para falar sobre a série O Enigma da Energia Escura, que acaba de estrear no Globoplay. A produção traz Emicida tendo um bate-papo com alguns convidados sobre temas variados, apresentando uma perspectiva não branca sobre questões da sociedade.