Decisão contra Bolsonaro aponta indícios de crimes

Jair Bolsonaro foi alvo de buscas após ministro ver indícios de crimes
Jair Bolsonaro foi alvo de buscas após ministro ver indícios de crimes (Foto: Carolina Antunes/PR)

Decisão contra Bolsonaro aponta indícios de crimes

Responsável por autorizar as buscas na casa de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (03), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da decisão que autorizou as buscas na residência do ex-presidente. Ele apontou indícios de crimes para autorizar a operação da Polícia Federal que apreendeu o celular do político.

Na autorização para a operação da PF nesta quarta, Moraes viu como “plausível” a linha de investigação de que Bolsonaro tenha inserido dados falsos sobre vacina no sistema do SUS com o objetivo de ter vantagens. Além disso, o ministro destacou a existência de uma suposta “organização criminosa” para fazer a adulteração dos dados de vacinação no sistema e citou o posicionamento do ex-presidente.

Dados falsos

“Diante do exposto e do notório posicionamento público de Jair Messias Bolsonaro contra a vacinação, objeto da CPI da Pandemia e de investigações nesta Suprema Corte, é plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas eleições gerais de 2022”, diz o ministro na decisão.

Grupo de Bolsonaro teria cometido crimes

Na decisão, Moraes também apontou indícios de crime que, de acordo com ele, são “relevantes”. O ministro citou que a suposta organização criminosa tinha como objetivo, além de obter benefícios particulares, tirar a credibilidade do sistema de vacinação do Brasil durante a pandemia de Covid-19.

“São absolutamente relevantes os indícios da ocorrência efetiva dos crimes, especialmente no contexto agora noticiado de inserção de dados falsos em sistema de informações, o que indicaria, nos termos dos indícios já colhidos, a efetiva existência de uma organização criminosa articulada, com divisão de tarefas e de múltiplos objetivos, tanto no âmbito particular dos investigados, como em aspectos relacionados ao interesse público, em detrimento da credibilidade interna e externa do exemplar controle de vacinação nacional em pleno período pandêmico”, apontou Moraes.