Carnaval SP 2023: Saiba tudo sobre a Escola Barroca Zona Sul

Símbolo da Escola de Samba Barroca Zona Sul

Fundada em 07 de agosto de 1974, a Agremiação Barroca Azul teve sua origem no bairro da Vila Mariana, onde residia o sambista Sebastião Eduardo do Amaral, conhecido popularmente como “Pé Rachado”, antigo presidente da Escola Vai-Vai, localizada no bairro do Bixiga.

Quando Sebastião decidiu sair da Vai-Vai, ele passou por outras escolas de samba e conheceu o amigo e cantor carioca Cartola. Em agosto de 1974, Pé Rachado reuniu seus filhos, sobrinhos e outros jovens para criar uma nova agremiação, o que foi uma surpresa para todos presentes e se tornou o sucesso de hoje.

Com a sala cheia, Valter Japão sugeriu as cores verde e rosa, como oficiais da então, nova escola de samba, para homenagear à escola de Cartola, que mais tarde iria para São Paulo para batizar a nova agremiação.

A referência do nome “Barroca”, vem ao Campo Barroca, um time de futebol Portuguesinha na Vila Mariana, local onde sambistas se encontravam aos fins de semana.

Carnaval 2023

Barroca Zona Sul desfilará no Sambódromo do Anhembi no dia 17 de fevereiro, em uma sexta-feira, por volta das 1h25. Dentro do Grupo Especial, será a terceira escola de samba a desfilar, na primeira noite do grupo especial.

O enredo

Guaicurus – Enredo de 2023 da Escola de Samba Barroca Zona Sul (Reprodução: Youtube)

Neste ano, a escola optou por homenagear a população indígena da região do Pantanal que, por mais de 300 anos, defendeu seu território das tentativas de invasão estrangeira. Denominado como “Guaicurus”, o enredo tem como objetivo valorizar a importância e força desses indígenas.

O carnavalesco Rodrigo Meiners, criador do enredo contou:  “Eles dominavam muito aquela região. Então são conhecidos até hoje como índios cavaleiros”. A escola prometeu entregar muitas surpresas em seus carros alegóricos, com seus 2.200 componentes.

O samba

Anoiteceu!
No verde que abriga minha aldeia
Lamento ao esplendor da lua cheia
Raiou! A maldade do Carcará
Desperta a fúria Mbayá
Pajé evoca meus ancestrais
Quem ousava destruir a paz
É ventania vinda de além-mar
Ouça, a natureza que se manifesta
O coração é arco, a mente é flecha
Ser livre é a lei do meu lugar

Auê auê, guaicuru chama pra guerra
Eu sou o grito que amedronta a floresta
Auê auê, guaicuru não tem senhor
Cavalgando mata adentro
Enfrentando o invasor

Lágrima escorre do meu rosto
Pintado de dor e de traição
Página da história esquecida
Escondida no olhar de cada irmão
Brasil, meu país menino
O passado não me fez servil
Clamo ao cavaleiro da floresta
Verdadeiro filho dessa pátria mãe gentil
Hei de preservar meu aracê
Meu povo é sentinela Kadiwéu

No pantanal há de resplandecer
O verde das matas, o azul do céu

O pranto da alma apaga essa chama
É luz de iara, tupã e caaporã
Dono da terra é falange guaicuru
Barroca é resistência por um novo amanhã

Ficha técnica

  • Fundação: 07/08/1974
  • Cores oficiais: Verde e rosa
  • Presidente: Ewerton Rodrigo Ramos Sampaio (Cebolinha)
  • Mestre de Bateria: Fernando Negão
  • Casal de mestre-sala e porta-bandeira: Marcos Costa e Monalisa Bueno
  • Direção de Carnaval: Marcos Tibechrani (Marcão)
  • Direção de Harmonia: Anderson Novaes, Edgard Ramires, Angélica Barbosa, Douglas David e Junior Garcia
  • Rainha de bateria: Juh Campos
  • Coreógrafo da Comissão de Frente: Chris Brasil
  • Colocação em 2020: 10º lugar no Grupo Especial
Juh Campos – Rainha de Bateria da Escola de Samba Barroca Zona Sul 2023 – (Imagem: Reprodução)