Conforme informações divulgadas pelo 18º Juizado Especial Criminal de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, foi agendada para amanhã (31), a audiência para julgar a ação judicial movida pelo Mc Maylon que alega ter sofrido crimes de injúria e difamação pelo cantor Anderson Leonardo.
Além dos crimes acima mencionados, Maylon acusa o vocalista do grupo Molejo de estupro. Após um ano da repercussão do caso, os dois ficarão frente a frente em uma audiência para julgar o caso. Essas são informações do Jornal Extra.
Entenda o caso
Em fevereiro de 2022 Maylon procurou a 33ª Delegacia de Polícia de Realengo para denunciar Anderson Leonardo pelo crime de estupro. Segundo o vocalista do Molejo, os dois se conheceram através de um aplicativo de relacionamento chamado “tinder”.
Ele ainda contou que os dois foram se aproximando conforme o Mc ia prestigiar os seus shows. Nessa época, Anderson tinha acabado de sair de um relacionamento e confessou ter ficado encantado por Maylon. Sendo assim, ele admitiu o envolvimento:
“Eu tinha terminado um relacionamento e o menino faz uma tatuagem para você? O cara está ali te encantando. Quando começa a te encantar, você não vê cara, bolso, nada. Você só vê uma pessoa. O que acontece? Aconteceu. Entendeu?”.
À época dos fatos foi como uma “bomba” na internet, pois muitas pessoas acreditavam que Anderson era heterossexual. Porém, ele desmentiu essa informação: “Foi uma vez. Mas nessa vez que aconteceu, eu falei: ‘Vou tirar essa dúvida logo. Se for bom…’. Vou casar com ele, faz de mim o que quiser. Quer falar que sou gay? [Pode falar] Sou gay, bi, tri, hepta… Não estou nem aí. Como diz a música: Eu quero amor, não quero cilada”.
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Com a denúncia formalizada, Anderson foi cominado a comparecer na Delegacia à época para prestar esclarecimentos. Em seu depoimento, o cantor confirmou seu envolvimento com Maylon, inclusive que os dois haviam mantido relações sexuais, contudo, ele negou que praticou um crime, pois, para ele houve consentimento por parte do Mc.
Em junho de 2022, Anderson ajuizou ação contra Maylon, em caráter liminar, requerendo que o Mc fosse proibido pela Justiça de citar o nome do cantor em publicações na internet, a decisão impunha a pena de multa por descumprimento.
O pedido foi atendido pela Justiça de Campo Grande que entendeu que a repercussão sobre o caso estava causando prejuízos a Anderson Leonardo. “Que as partes, autor e réu, se abstenham de fazer novas publicações sobre o fato até o julgamento final da presente demanda, sob pena de multa de R$ 1.000 para cada conteúdo divulgado e de retirada da página pessoal do Facebook, Instagram, enfim, toda e qualquer forma de mídia“, consta de um trecho da decisão.
Sobre a concessão da liminar a juíza completou dizendo que a decisão deveria ser concedida em respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência, pois, até que se prove que Anderson seja culpado, a Justiça deve considerá-lo inocente.
Mc Maylon foi convidado para participar de um Reality Show, esse foi um grande fundamento para a decisão da magistrada, pois, se ele realmente for vítima de estupro, ele poderia expressar sua dor em rede nacional, sem que ainda fosse provado que Anderson é culpado, trazendo prejuízo à imagem do pagodeiro:
“Ainda, sem qualquer conclusão em relação à materialidade do crime, o réu foi convidado a participar de um reality show, o que faz com que o autor sinta sua imagem em risco, já que se presume a sua inocência. E, então, é de se pesar o direito da suposta vítima de um crime de violência sexual, de relatar sua dor, seu sofrimento, e o direito daquele que se diz inocente, de ter, não apenas a sua vida pessoal, mas sua carreira afetada pela denúncia”, diz ainda o documento.
Mc Maylon falou do motivo do processo
“Movi essa ação contra ele porque ele acabou comigo. Sou artista do funk e perdi muitos shows e contratos por conta do Anderson. Ele quis acabar com a minha imagem. Ele falou que eu não tinha talento, me chamou de gay e eu peguei esses vídeos dele falando essas coisas e levei até à delegacia”, disse Maylon em entrevista. “Confio em Deus e na Justiça“, completou.
“Ele me chamou para dentro do quarto, fechou a porta, tirou meu telefone e tirou a blusa dele. Mandou eu sentar, que iríamos conversar, foi onde ele começou a me agredir. Começamos a medir forças, me deu pânico (…) daí ele conseguiu penetrar, eu desmaiei de dor”, relatou ele na ocasião: “Ficou batendo nas minhas costas, chamando pelo meu nome para eu acordar, ao final falou: ‘que merda que eu fiz’”, detalhou ele na denúncia.
Formada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Advogada, apaixonada pelo universo do entretenimento, astrologia, área informativa política e internacional. Se dedica a esse nicho como redatora e repórter, produzindo conteúdos desde 2021.
