2º Transplante de coração de porco em humano realizado nos EUA

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2º Transplante de coração de porco em humano realizado nos EUA. (Foto: reprodução/internet)

Médicos da Universidade de Maryland, nos EUA, realizaram recentemente o segundo transplante de coração de porco geneticamente modificado em um ser humano.

A princípio, a operação ocorreu na quarta-feira, 20 de setembro.

Segundo a universidade, o paciente já está respirando por conta própria, e o coração está funcionando sem a necessidade de dispositivos de suporte.

O paciente está recebendo uma nova terapia de anticorpos, juntamente com medicamentos antirrejeição tradicionais, projetados para evitar que o sistema imunológico do paciente ataque o órgão.

Primeiro paciente a receber o transplante de um coração de porco

O primeiro paciente a receber um coração de porco, David Bennett, de 57 anos, sobreviveu por aproximadamente dois meses, um marco celebrado pela comunidade científica global.

Isso é significativamente mais longo do que o primeiro transplante de coração humano em 1967, que resultou em uma sobrevida de apenas 18 dias.

Desde então, a técnica de transplante de coração humano convencional foi aprimorada e tem salvo inúmeras vidas.

Contudo, durante os quase dois anos desde a primeira cirurgia de xenotransplante, os cientistas têm investigado as razões da morte de Bennett.

Assim, sua insuficiência cardíaca fatal foi provavelmente influenciada por “série de fatores“, incluindo seu estado de saúde debilitado antes do transplante, que o manteve hospitalizado e conectado a uma máquina por seis semanas antes da cirurgia.

Atual paciente e nova condição

O novo paciente, Lawrence Faucette, de 58 anos, sofria de uma doença cardíaca em estágio terminal e era considerado inadequado para um transplante tradicional.

Portanto, a Food and Drug Administration (FDA), o órgão regulador americano equivalente à Anvisa, concedeu aprovação de emergência para a cirurgia.

Faucette, um veterano da Marinha e pai de dois filhos, expressou “Minha única esperança real é o coração de porco. Pelo menos agora tenho esperança e uma chance“.

Minha família tem sido incrível, então vou lutar com unhas e dentes para ficar com eles por mais tempo.

Ele está determinado a lutar para passar mais tempo com sua família, e sua esposa, Ann Faucette, compartilha dessa esperança, almejando momentos simples juntos, como tomar café na varanda.

Apenas as coisas simples que não pensamos quando tudo está indo bem.

Transplante em espécies diferentes

O conceito de transplante entre espécies diferentes, conhecido como xenotransplante, tem sido estudado desde os anos 1960.

Na década de 1980, ficou claro que os porcos eram a escolha mais promissora devido à sua semelhança fisiológica e anatômica com os seres humanos.

No entanto, os transplantes de coração de porcos comuns enfrentavam uma rejeição hiperaguda pelo sistema de defesa humano, exigindo a remoção imediata do órgão.

Estudo do porco

Para superar esse desafio, cientistas começaram a modificar geneticamente os porcos

Visando bloquear os genes responsáveis pela rejeição e inserir genes humanos para atenuar a resposta imune do paciente.

Esse processo envolve a edição genética de células de porcos recém-nascidos, que são introduzidas em óvulos sem núcleo

Utilizando uma técnica semelhante à usada na clonagem da ovelha Dolly.

A necessidade de órgãos de outras espécies surge devido à escassez de órgãos para transplantes homólogos entre humanos, o que resulta em longas filas de espera e mortes evitáveis.

Em conclusão, os xenotransplantes oferecem a vantagem de serem mais previsíveis e potencialmente mais acessíveis em termos de custos, além da perspectiva de criar órgãos de “irmãos porcos” para ajudar a reduzir a rejeição.

Além disso, outras técnicas, como a criopreservação, também estão sendo exploradas para preservar órgãos e aumentar a disponibilidade de doações

Como demonstrado em experimentos de transplante de rins “congelados” realizados por cientistas da Universidade de Minnesota em camundongos.