Terremoto Kahramanmaras – Atualizações: 41 mil mortos

Terremoto Kahramanmaras (Imagem: Reprodução)

No dia 07 de fevereiro de 2023 aconteceu um dos maiores desastres naturais da história. Um terremoto de 7,8 na escala Richter atingiu o centro da Turquia e o noroeste da Síria durante a madrugada. Esse terremoto foi o mais forte na região desde o ano de 1939.

O epicentro, foi registrado na cidade turca de Gaziantep na escala de 7,8. Já a cidade de Kahramanmaras, também localizada na Turquia, foi de 7,5 na escala Richter. As duas cidades estão localizadas justamente em uma região de falha de Anatólia, onde há o encontro de três placas tectônicas.

O movimento das três placas, Anatólia, Africana e Arábica, resultou no choque das placas rochosas causando toda destruição com milhares de mortos. O professor do Observatório Sismológico da UNB (Universidade de Brasília), George de França, explicou o ocorrido:

“A falha vem como se fosse o limite dessas placas, com Arábia e Anatólia, e depois ela se propaga um pouquinho em relação à Africana. Então o terremoto fica exatamente na interseção dessas 3 placas”.

George explicou ainda mais sobre a placa tectônica: “Em algumas imagens que você pega nas redes sociais ou mesmo no Google, você não vê essa placa de Anatólia.  Mas ela existe e é bem pequena”.  No mundo, existem 14 placas maiores e 38 microplacas, sendo que a que atingiu a Turquia e a Síria é uma microplaca.

Atualizações (15/02)

Durante as buscas por sobreviventes da tragédia nessa semana, foram encontradas duas mulheres embaixo dos escombros na cidade de Kahramanmaras, no sul da Turquia. Uma mãe e duas crianças também foram resgatadas na quarta-feira (15), após 9 dias de um terremoto fatal.

Uma senhora de 74 anos também foi resgatada por uma ambulância na Turquia, e mais cedo, outra mulher de 46 anos também foi resgatada na mesma cidade, próximo do epicentro do terremoto.

Na quarta-feira (15), uma mulher chamada Ela e seus filhos Meysam e Ali foram retirados dos escombros de um prédio localizado em Antakya, após 228 horas da tragédia, segundo relatos da agência de notícias estatal Anadolu.

O terremoto que atingiu a Turquia e a Síria teve a quantidade de mortos atualizadas até o momento dessa matéria, para 41 mil pessoas, sendo que milhões necessitam de ajuda humanitária. Muitos dos sobreviventes estão desabrigados em temperaturas muito baixas de inverno.

Com a maior quantidade de pessoas resgatadas, os espaços compartilhados entre os sobreviventes está ficando cada vez mais escasso. As autoridades estão focando em apoiar os sobreviventes com uma grande infraestrutura de saneamento na região danificada devido ao terremoto.

Além disso, os países enfrentam um déficit na área da saúde, com a difícil tarefa de garantir que os sobreviventes não morram e não adoeçam mais do que já foram atingidos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar preocupada com o bem-estar das pessoas no noroeste da Síria, região controlada por rebeldes com pouco acesso à ajuda. A organização pediu ao presidente sírio, Bashar al-Assad, que abra mais pontos de passagem na fronteira com a Turquia para permitir a chegada de ajuda.

Para piorar a situação, Batyr Berdyklychev, representante da OMS na Turquia, alertou que a escassez de água nas áreas atingidas pelo terremoto “aumenta o risco de doenças transmitidas pela água e surtos de doenças transmissíveis”.

Relato dos sobreviventes

Huseying Berber

O senhor de 62 anos é um sobrevivente da tragédia. Ele sobreviveu ao incidente após ter ficado 187 horas imobilizado. Segundo ele, as paredes do térreo em que estava foram sustentadas por uma geladeira e um armário, fazendo com que uma poltrona e um tapete pudessem aquecê-lo.

Com ele havia apenas uma única garrafa de água, quando acabou, bebeu a própria urina. “Gritei, gritei e gritei. Ninguém me ouvia. Gritei tanto que minha garganta doía… Alguém estendeu a mão e agarrou a minha. Eles me tiraram de lá. O buraco por onde saí era muito pequeno. Isso me assustou um pouco.”

Hatice Kavakdali

Na cidade de Kahramanmaras, famílias desabrigadas dormiam em tendas montadas no campo e na pista de corrida do estádio da cidade, Hatice era uma delas. A jovem de 28 anos segurava um ursinho de pelúcia cinza enquanto esperava o resgate:

“Não consigo colocar em palavras a experiência que tivemos. Foi tão assustador e ainda sinto a dor disso”.

“Perdi a consciência depois do terremoto e ainda estou me recuperando. Não conseguia me lembrar da minha família ou de como saímos de casa.”