Sucesso no ‘The Voice’, WD fala sobre novo álbum: ‘Sou um ato político’

Sucesso no “The Voice Brasil, WD acaba de lançar o single e o clipe de “Periferia”. A música, que é a primeira do cantor de 29 anos em parceria com a Universal Music Brasil, dá título ao seu primeiro álbum.

Em papo com o MixMe, ele comentou detalhes do single, revelou spoilers do primeiro disco e falou sobre a admiração por Iza, que foi a sua técnica na competição musical da Globo. Além disso, ele falou sobre a sua resistência e as próximas músicas que vão, de fato, mostrar a sua força como ato um político.

Sucesso no ‘The Voice’, WD fala sobre novo álbum: ‘Sou um ato político’ (Foto: Reprodução)

Eu já sou um ato político. Sou um ato de resistência. Eu driblo as expectativas do nosso país, eu sou um cara de 29 anos que não morri sendo negro. De fato, eu percebo que quando eu olho para o meu próximo, eu percebo que quero mais de mim assinando contratos e resolvendo coisas”.

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Como surgiu a ideia de lançar Periferia como single do primeiro álbum?

Bom, Periferia surgiu quando eu voltei para o Brasil depois de uma temporada no Uruguai. Quando eu vejo e entro na minha comunidade e percebo que as situações continuam as mesmas de quando eu morava lá, há 14 anos atrás, despertou coisas em mim. Me deparar com essas questões que são políticas sociais, fez com que eu aproveitasse a minha voz e chamasse a atenção para a Periferia mesmo.

Qual é a sua maior expectativa em lançar Periferia?

Claro que, além de ser voz para a comunidade, quero levantar o movimento para a gente conseguir atenção para esses lugares. Eu quero deixar claro o tipo de artista que eu sou, e mostrar a realidade com dança, com a vibe dos anos 2000. Eu quero atrair olhares e me posicionar como artista POP. Sim, eu consigo. Um homem preto e periférico pode acontecer na nossa vontade.

Você acredita ser importante falar de política nas redes sociais?

Sim. Não só nas redes sociais. Eu já sou um ato político. Sou um ato de resistência. Eu driblo as expectativas do nosso país, eu sou um cara de 29 anos que não morri sendo negro. De fato, eu percebo que quando eu olho para o meu próximo, eu percebo que quero mais de mim assinando contratos e resolvendo coisas. Por isso, eu enxergo cada vez mais a importância de falar de política nas redes sociais. O meu som é com a intenção de revolucionar. O produto e a imagem do WD tem esse intuito. Quem não se posiciona é pior do que aquelas que erram (risos).

O que mais mudou do The Voice para cá?

A exposição. Em 2018 eu entendi que não é sobre ser famoso, e sim sobre representatividade, a minha necessidade é essa. A maneira que as pessoas olham para mim também mudou. Profissionalmente consegui ganhar a atenção da indústria. Quando eu lanço um som como Periferia eu me torno disponível em uma prateleira para que as pessoas acompanhem cada vez mais o meu trabalho. Com mais de 15 anos de carreira, eu sempre fiz tudo sozinho com o apoio dos amigos e da família. Ver essa projeção em nível nacional é incrível.

Como tem sido a escolha do repertório do primeiro álbum?

Na verdade, o álbum me escolheu. Quando eu decidi voltar ao Brasil, eu percebi o tamanho que eu realmente sou. Ali, eu percebi que há pessoas dispostas a me escutarem. Só tenho que agradecer a minha gravadora, sempre abraçou meu disco, e posso dizer que mais do que isso, as letras me escolheram. Serei um servidor da arte.

Quais artistas você gravaria um feat?

Não vejo a hora de gravar com a Iza. Temos muito em comum, e quero mostrar nossas semelhanças. A nova música dela é linda, nossos discursos sempre se encontram. Amo também o Baco, Emicida, Luísa Sonza, Ludmilla e MC Rebecca.