Rico Dalasam faz virada na carreira e dispara indiretas

Na noite desta quarta-feira (19), Rico Dalasam usou seu Twitter para fazer um desabafo e refletir sobre a sua carreira. O artista falou sobre os desafios de ser um artista do Hip Hop, no Brasil, e os contrastes entre o retorno financeiro e as escolhas que ele tem feito para os rumos do seu trabalho.

Rico Dalasam
Rico Dalasam faz desabafo sobre a carreira: “Meus sonhos são gigantes, mas nenhum deles estão em cima de um palco falso”. (Foto: Divulgação).

“Hip Hop é uma semente que brota no coração. O que brota no bolso é outra coisa! E outra coisa que digo pra mim mesmo: Você trabalha com isso porque quer, tá ruim cai fora, quer ficar rico com isso? Você sabe o [que] fazer e pra quem ligar! Meu talento me habilita a percorrer pro mundo com o que eu faço, e se nesses 6 anos eu me tornei um profissional relevante foi pelos nãos que falei e pela entrega excelente aos poucos sims que me fazem algum sentido.”, iniciou.

Rico comemora o bom momento que está vivendo em sua carreira com o fim da sua elogiadíssima turnê, “Encontro DDGA”, e o lançamento do EP “Fim das Tentativas”, que traz a primeira parte do próximo álbum que o artista irá lançar.

“Sofro menos desde então. Meus sonhos são gigantes, mas nenhum deles estão em cima de um palco falso. Talvez por isso eu tenha uma tour feliz de um disco relevante que não aceitou abrir palco de festival ou aceitar quantias ridículas. Meus sold out tem outro sabor. Eu estaria cheio de vergonha de mim mesmo se eu não tivesse dado outro rumo para o meu talento”, declara.

O cantor e compositor segue falando sobre questões que envolvem o racismo presente na indústria musical e a luta pela valorização do seu próprio trabalho.

“Estaria cheio de vergonha de ver meu nome em ficha técnica como Compositor fantasma de produtos que existem inclusive pra apagar as chances de pessoas como eu! Relembrar meu brilho custou e doeu demais. Mas eu lembrei e se ele está no meu sorriso é pra esse povo que não vou sorrir, se meu brilho tá na minha caneta, é pra eles que eu não vou escrever… Minha passagem por aqui é única e pode sempre seguir preciosa se eu cuidar pra que seja!”, dispara.

“Estou a 2 meses de terminar minha primeira turnê oficial. Sem prejuízos psicológicos emocionais ou financeiros e com algum troco pra tomar meu côco. Não transei com ninguém por favor, não deixei baixo o racismo de quem quer seja. O tempo tem sido o grande deus das minhas causas ainda e eu vejo a volta acontecendo”, prosseguiu”, prossegue. 

Rico encerra citando nomes de artistas considerados disruptivos na música e lembra de artistas negros que partiram cedo:

“O que faz da Erika Badu ou do Tom Zé serem quem são?? Ou o que destruiu nossos ícones negros antes da hora? Essas angústias com o mercado racista escravizam artistas na tristeza que infelizmente volta em forma de lindas canções de um adoecido que o mundo aplaude. Ninguém me lembrou que sou um Escuro Brilhante além de mim mesmo!.”

Veja o desabafo de Rico Dalasam na íntegra: