A música nordestina, desde os tempos de Luiz Gonzaga e sua “Asa Branca”, sempre esteve em alta. Agora, além do forró, o piseiro e a pisadinha têm invadido as rádios e playlists por todo o Brasil. Mas aí fica a pergunta: qual a diferença entre eles?
O sucesso dos Barões da Pisadinha fez os termos piseiro e pisadinha se popularizarem no Brasil todo, mas quem é de fora do Nordeste ficou confuso com tantos nomes. Em entrevista ao Splash, Xand Avião explicou a diferença – e é mais simples do que parece:
O piseiro é um derivado do forró. Não é um estilo musical. Era o lugar onde se dançava forró. Piseiro vem de pisadinha. O nome na verdade era pisadinha, mas virou piseiro porque as pessoas vão para o piseiro dançar a pisadinha.
Em resumo: forró é um gênero musical, piseiro é o local onde as pessoas dançam forró e pisadinha é a dança específica do subgênero do forró que surgiu no piseiro.
Esse subgênero se caracteriza pelo uso de teclados e sintetizadores eletrônicos. Vertente mais simples do forró, ela se caracteriza pelo uso do teclado e voz, diferente das bandas que usam diversos instrumentos para conquistar o público.
Em 2020, o gênero tocou nos quatro cantos do país e fez dos Barões da Pisadinha os principais representantes do gênero. Em 2021, só cresceu mais ainda com outros nomes na cena como Tarcísio do Acordeon, João Gomes e Zé Vaqueiro.
Festival de forró, piseiro e pisadinha
Para consolidar o sucesso do forró, piseiro e da pisadinha, Xand Avião comanda o festival Viiixe Forró e Piseiro. Grandes nomes da música nordeste vão circular o Brasil divulgando os ritmos.
Entre os principais estão nomes como João Gomes, Zé Vaqueiro, Tarcísio do Acordeon, Nattan, Vitor Fernandes, Felipe Amorim, Priscila Senna, Pisadinha de Luxo, Ávine, Biu do Piseiro, Zé Cantor, Marcynho Sensação, entre outros, que vão rodar pelo país com a festa, que terá uma estrutura de festival, como VillaMix e Festeja.
Marcelo Argôlo é jornalista e pesquisador musical. Autor do livro Pop Negro SSA: cenas musicais, cultura pop e negritude, atua no mercado de comunicação e jornalismo musical desde 2012. Nesse período, teve passagens por redações, agências e assessorias. Atualmente se dedica ao Mix Me e a projetos de produção de conteúdo sobre música pop e negritude.