Presidente da EBC é demitido por críticas a apoiadores de Israel

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O jornalista Hélio Doyle foi exonerado da presidência da EBC após criticar apoiadores de Israel nas redes sociais. (Foto: reprodução/internet)

O jornalista Hélio Doyle foi demitido da presidência da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Ele será exonerado do cargo após repostar posts contra apoiadores de Israel na guerra do Oriente Médio. “Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”, diz a publicação compartilhada por ele no antigo Twitter.

A demissão foi revelada pelo próprio profissional por meio de seu perfil na rede social na noite desta quarta-feira (18). “O ministro Paulo Pimenta me manifestou hoje seu descontentamento por eu ter repostado postagem de terceiro acerca do conflito no Oriente Médio”, iniciou ele.

Repostagem

“Disse-me que a referida repostagem e sua repercussão na imprensa criaram constrangimentos ao governo, que mantém posição de neutralidade no conflito, em busca da paz e da proteção aos cidadãos brasileiros. Diante disso, pedi desculpas e comuniquei que deixo a presidência da EBC, agradecendo ao ministro Pimenta e ao presidente Lula pela confiança em mim depositada por todos esses meses”, completou.

Ao jornal O Globo, Doyle explicou seu ponto de vista e assegurou que não é favorável às mortes que foram registradas desde o início do conflito no Oriente Médio:

“Condeno a ocupação de territórios palestinos por Israel, assim como qualquer violência contra civis praticada por qualquer um dos lados. Isso significa que, em relação aos fatos recentes, condeno tanto o Hamas quanto o governo de Israel. Ao compartilhar o post, o apoio a Israel ao qual me refiro é quanto aos ataques indiscriminados contra a população de Gaza.”

Nomeado

Doyle foi nomeado presidente da EBC em fevereiro deste ano. O jornalista tem passagens por veículos como Correio Braziliense, O Estado de S. Paulo, Jornal de Brasília, Opinião, Folha de S.Paulo, Globo e Veja.

A demissão de Hélio Doyle gerou debates e discussões sobre a liberdade de expressão e o papel das redes sociais na vida de profissionais do governo. Alguns argumentam que as postagens feitas em seu perfil pessoal não deveriam ter impacto em sua função pública, enquanto outros defendem que a exoneração foi apropriada devido à repercussão das mensagens e ao desconforto causado ao governo.