MPF pede condenação de Júlio Cocielo por racismo

As publicações feitas por Júlio Cocielo aconteceram entre 2008 e 2011
As publicações feitas por Júlio Cocielo aconteceram entre 2011 e 2018 (Foto: Reprodução/Instagram)

O influenciador Júlio Cocielo foi condenado na tarde desta quarta-feira (03) pelo Ministério Público Federal por publicações racistas entre 2011 e 2018. O processo corria em sigilo desde dezembro passado, quando passou a ter tramitação pública.

Ao todo, o MPF identificou nove momentos em que Cocielo teria praticado “racismo recreativo”. O influenciador deve ir a julgamento e, caso condenado, pode pegar até cinco anos de prisão por cada publicação analisada.

O caso iniciou durante a Copa do Mundo de 2018, quando o youtuber publicou que o jogador francês Killian Mbappé “conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein”. Com a repercussão, o influenciador deletou cerca de 50 mil tweets e ainda publicou um pedido de desculpas.

Cocielo apagou cerca de 50 mil tweets no X, antigo Twitter
Cocielo apagou cerca de 50 mil tweets no X, antigo Twitter (Foto: Reprodução/Instagram)

“A gente só precisa se informar. No meu caso, a minha ignorância foi combatida com conhecimento (…) Sem querer, espalhei o ódio”, disse Cocielo em 2018.

Outras postagens como “o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros” e “nada contra os negros, tirando a melanina…”, vieram a tona, sendo citadas pelo MPF no processo.

Entenda o processo de Júlio Cocielo

Em 2021, o Ministério Público de São Paulo inicialmente apresentou uma denúncia contra Cocielo à Justiça estadual, contudo, essa acusação foi rejeitada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. No ano seguinte, o caso foi transferido para a esfera nacional, sendo de responsabilidade do Ministério Público Federal.

Em 15 de dezembro, o juiz Rodiner Roncada atendeu ao pedido do MPF para tornar pública a ação, que anteriormente estava sob sigilo de justiça. Segundo o MPF, o influenciador está sendo processado com base na Lei do Racismo (Lei 7.716/89) e pode enfrentar uma pena de prisão de até cinco anos por cada postagem. Esse tempo de prisão é considerado considerando o agravante de as mensagens terem sido divulgadas em uma rede social.

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