O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inicia nesta segunda-feira (27.nov.2023) sua última viagem internacional do ano. Desde sua posse, em 1º de janeiro, Lula já realizou 15 viagens ao exterior, e agora visitará a Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Alemanha. No término desta viagem, em 5 de dezembro, ele terá passado 62 dias fora do Brasil.
Esta viagem marca a primeira saída internacional de Lula após as cirurgias no quadril e nas pálpebras em 29 de setembro. O foco principal será sua participação na COP28, a importante conferência da ONU sobre clima, em Dubai.
Antes da COP28, Lula fará escalas em Riade, na Arábia Saudita, e em Doha, no Qatar. Nessas paradas, ele planeja discutir o conflito entre Hamas e Israel com líderes regionais. Em 1º de dezembro, o presidente chega a Dubai para os compromissos climáticos. Em sua rota de volta, Lula também visitará Berlim, Alemanha, para assinar cerca de 20 acordos bilaterais, a maioria relacionada ao meio ambiente e desigualdade.
Segundo o Poder360, cada dia de viagem de Lula é contabilizado quando ele passa mais de 12 horas fora do país.
Essa jornada é a última grande viagem internacional de Lula. No início de novembro, ele mencionou ter alcançado seu objetivo de recuperar a imagem do Brasil no exterior com suas viagens e anunciou que, a partir de 2024, focará em visitar os estados brasileiros e obras locais.
A última viagem de Lula foi em setembro, incluindo visitas a Cuba e aos Estados Unidos, onde ele participou do encontro do G77+ China e da Assembleia Geral da ONU, respectivamente.
COP28
Durante o ano e em eventos como a Cúpula de Belém em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou destacar-se como uma figura central no debate climático internacional. Na COP28, Lula tem o mesmo objetivo, com o Brasil assumindo um papel de “provedor de soluções climáticas” e de reafirmação de liderança, conforme o Ministério do Meio Ambiente.
A secretária Nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, destacou o Brasil como o país com mais alternativas ao cenário climático atual. “Na COP, veremos a continuidade desse debate iniciado na Cúpula de Belém e propostas mais concretas. […] Serão propostas ligadas a questões como remuneração dos serviços ecossistêmicos das florestas e manutenção da floresta em pé”, disse ela.
Além do foco ambiental, Lula visa a um viés econômico prático em sua agenda. Ele busca negociar com a União Europeia uma resposta às pressões, especialmente dos franceses, sobre punições ligadas ao desmatamento e violações ambientais do agronegócio. Durante a viagem, ele pode se reunir com representantes da Comissão Europeia para finalizar as negociações do acordo Mercosul-UE.
Ao se posicionar como líder no combate aos problemas climáticos, Lula enfrenta ameaças de sanções europeias ao Brasil. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil vai à COP28 comprometido em manter o limite do aquecimento da Terra em até 1,5 °C, e Lula apresentará dados de redução de mais de 40% no desmatamento da Amazônia em 10 meses.
Lula enfatizará o potencial do Brasil
Lula também enfatizará o potencial do Brasil no mercado de transição energética e energia limpa, buscando investimentos. Na Cúpula de Belém, ele procurou uma posição conjunta dos países amazônicos para a COP28, resultando na criação de uma aliança contra o desmatamento, embora metas conjuntas não tenham sido estabelecidas.
Finalmente, a cobrança por financiamento climático prometido por países ricos continuará na COP. Os países com florestas tropicais exigem US$ 100 bilhões anuais prometidos para ações climáticas e buscam ajuda para mobilizar US$ 200 bilhões anuais para implementação de planos nacionais de biodiversidade.
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Formada em jornalismo pela escola Belas artes e Cursando Pós-graduação em Redação e revisão textual pela Universidade Nova de Lisboa- Portugal
