A cantora Ludmilla ficou insatisfeita com as indicações ao Prêmio Multishow 2021. Apesar de estar concorrendo em duas categorias, artista demonstrou um grande descontentamento e disparou contra a premiação.
A artista usou o Twitter para desabafar e disse não se sentir valorizada. No texto que publicou em formato de fio, ela listou seus lançamentos e suas conquistas em 2021, além de questionar a ausência do seu nome na categoria Cantora do Ano.
Ludmilla afirmou ainda que, desde que venceu o prêmio da categoria, em 2019, nunca mais foi indicada. Naquele ano, a cantora também venceu a categoria “Música Chiclete” por “Onda Diferente”.
“Sou a primeira cantora negra da América Latina a acumular 1 bilhão de streams só no Spotify, hoje são mais de 1.5 bilhão de plays nas plataformas. Meus clipes somam 2.5 bilhões de views, Rainha da Favela ficou meses entre as músicas mais tocadas. São os números que falam!” escreveu a artista.
“Uma representante das minorias, uma cantora negra, bissexual, funkeira, periférica, nunca mais fui indicada na categoria “Cantora do Ano”. Infelizmente essa é a forma que o sistema te boicota! Mesmo eu sendo indicada em outras categorias da premiação…”, continuou Lud.
As cantoras Anitta, Ivete Sangalo, Iza, Luísa Sonza e Marília Mendonça foram as indicadas na categoria. Ludmilla foi indicada em duas categorias: “Hit do Ano” com sua parceria com Dennis e Xamã em “Deixa de Onda”; e Clipe TVZ do Ano, com “Rainha de Favela”.
A cantora ainda anunciou que não fará a apresentação prevista na cerimônia de premiação. Barões da Pisadinha, Ferrugem, Xande de Pilares, Menos é Mais e Marvvila são algumas das atrações já confirmadas para subir ao palco na premiação.
“Venho por meio desse tweet avisar a todos e ao @multishow que não me apresentarei mais no prêmio esse ano. Obrigada pelo convite, mas onde não sou bem vinda prefiro não estar só por educação. Boa festa a todos“, concluiu Lud.
Confira os tuítes de Ludmilla
Sou a primeira cantora negra da América Latina a acumular 1 bilhão de streams só no Spotify, hoje são mais de 1.5 bilhão de plays nas plataformas. Meus clipes somam 2.5 bilhões de views, Rainha da Favela ficou meses entre as músicas mais tocadas. São os números que falam!
— LUDMILLA (@Ludmilla) October 19, 2021
Só esse ano lancei o numanice ao vivo, projeto que impactou a cultura brasileira e revolucionou o mercado do pagode de um jeito jamais visto, por ser uma mulher a frente do projeto, projeto que garantiu o vídeo musical solo mais visto de 2021 por uma cantora pop brasileira…
— LUDMILLA (@Ludmilla) October 19, 2021
Deixa de Onda, Pra Te Machucar, Gato Siamês, Apê 1001, o Lud Session então nem se fala, tá na boca do povo. Desde quando ganhei a primeira vez e impactei todo o sistema por ser a primeira cantora negra a ser indicada e a vencer essa categoria em 26 anos de prêmio…
— LUDMILLA (@Ludmilla) October 19, 2021
uma representante das minorias, uma cantora negra, bissexual, funkeira, periférica, nunca mais fui indicada na categoria “Cantora do Ano”. Infelizmente essa é a forma que o sistema te boicota! Mesmo eu sendo indicada em outras categorias da premiação…
— LUDMILLA (@Ludmilla) October 19, 2021
é nítida a falta de reconhecimento e entendimento das (poucas) premiações que temos aqui no Brasil. Assim como eu, vários artistas de vários segmentos e bandeiras que mereciam ser indicados ou serem reconhecidos da mesma forma que entregam conteúdos para seus públicos…
— LUDMILLA (@Ludmilla) October 19, 2021
e estão na mesma situação.
Venho por meio desse tweet avisar a todos e ao @multishow que não me apresentarei mais no prêmio esse ano. Obrigada pelo convite, mas onde não sou bem vinda prefiro não estar só por educação. Boa festa a todos ?
— LUDMILLA (@Ludmilla) October 19, 2021
Até o fechamento deste texto, o Multishow ainda não tinha se pronunciado sobre os questionamentos apontados por Ludmilla.
Marcelo Argôlo é jornalista e pesquisador musical. Autor do livro Pop Negro SSA: cenas musicais, cultura pop e negritude, atua no mercado de comunicação e jornalismo musical desde 2012. Nesse período, teve passagens por redações, agências e assessorias. Atualmente se dedica ao Mix Me e a projetos de produção de conteúdo sobre música pop e negritude.