Lizzo usou seu perfil no Twitter para fazer uma reflexão sobre as coisas em comum entre a transfobia, racismo e gordofobia. De acordo com a cantora, por ser algo pouco discutido, nem todo mundo entende os motivos que pode levá-los a cometer ações de cunho preconceituoso.
“A transfobia parece realmente enraizada no racismo. Eu nunca ouvi uma pessoa dizer por que é racista… Ou gordofóbico. Nunca ouvi um motivo para alguém ser transfóbico. Porque o ‘porquê’ é mais complexo do que imaginamos“, disse, na quarta-feira (08.03).
A popstar, que defende o empoderamento e feminismo, deixou claro que não estava defendendo possíveis racistas, mas sim questionando relações entre as problemáticas relacionadas aos preconceitos.
“Não me entenda mal – não me importa por que as pessoas são doidas. Isso é um desperdício da minha imaginação. Eu sinto que há muito silêncio cúmplice e participação apática acontecendo que não funcionariam se as pessoas soubessem mais.”
Alguns de seus seguidores participaram do debate que ela começou, com um fã concordando que “forçar as pessoas a admitir detalhes sobre por que ocupam posições terríveis ajuda os outros a ver como isso é horrível”.
“Um amigo meu sempre diz ‘ódio é ódio‘”, respondeu outro fã. “Está tudo interligado e um sempre se conecta ao outro, não importa o que tentem nos dizer”, completou.
Ativista por causas sociais
Acostumada a sentir o preconceito na pele, desde que ascendeu para a fama, Lizzo também se tornou ativista de justiça social e inclusão. A cantora mantém seu apoio a causas como acesso ao aborto, direitos LGBTQ e anti-racismo por meio de seu site, Lizzo Loves You.
Recentemente, ela postou seus pensamentos sobre o retorno do famoso desfile anual da Victoria’s Secret, que não é exibido há quatro anos. A grife norte-americana de lingerie cancelou seu fashion show de 2019, em meio a críticas crescentes de sua histórica falta de diversidade e inclusão.
“Esta é uma vitória para a inclusão pelo bem da inclusão”, afirmou, no domingo (05.03), ao compartilhar um vídeo teaser para o programa que apresentava várias mulheres negras e também plus size.
Segundo a artista, é preciso analisar como as marcas só tem mudado depois de reações negativas. “Se eles começarem a fazer isso apenas porque receberam uma reação negativa, o que acontecerá quando as ‘tendências’ mudarem novamente? Os CEOs dessas empresas valorizam a verdadeira inclusão? Ou eles apenas valorizam o dinheiro?”, refletiu.
Jornalista paulistano formado pela FAAM e especialista em música, com passagens em veículos como Terra, Revista QUEM, Marie Claire e Casa Vogue. Atualmente, além do Mix Me, também escrevo para a Vogue Brasil. Você também pode encontrar minhas músicas no Spotify.