Influencer diz que escolas de samba praticam racismo reverso

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Influencer diz sofrer racismo reverso (Imagem: Reprodução / Instagram)

Viralizou na internet nestas segunda-feira (27), um vídeo polemico em que uma influencer digital reclamou de só mulheres negras terem destaque nos desfiles de carnaval. Segundo a catarinense, as mulheres brancas também mereciam destaque e essa situação se configurava em um “racismo reverso”.

“Vou fazer um desabafo com vocês. Estou me sentindo uma bosta. Tudo é a mulher preta […]. Não vejo ninguém falar da mulher branca, Sei que isso aqui vai causar uma polêmica da po***. Ninguém fala da mulher branca, mas isso também não é um racismo?. Não sou racista, isso está fora de cogitação”, destacou. “Parece que a mulher branca não ocupa lugar nenhum”, reclamou.

Dentre os comentários dos internautas, as pessoas ficaram abismadas e criticaram a fala da moça. Para a maioria, ela errou em dizer que existe “racismo reverso”, tendo em vista que brancos sempre tiveram protagonismo em todos os cenários ao longo dos séculos.

“‘Isso também é racismo’. Não existe racismo reverso, nem nunca vai existir. falou sem noção nenhuma do peso que isso significa”, escreveu Paula, seguidora do perfil Choquei, no Instagram. “Oh dó deve ser muito difícil não ser sempre o centro das atenções né”, comentou Tami.

O ator e influencer Vitor di Castro disparou: Alguém avisa a querida que se ela quiser ouvir sobre a mulher branca é só assistir QUALQUER OUTRO PROGRAMA. Carnaval é festa preta. Ela pode aproveitar que é catarinense e só acompanhar a October Fest ne? Festa mais branca NÃO HÁ.”

Racismo reverso/inverso existe?

Em um artigo do site Portal Geledés, focado na cultura negra, foi explicado o motivo do racismo reverso ou inverso não existir. “Para falarmos sobre racismo inverso, devemos descobrir se houve na história da escravidão algum navio ‘branqueiro’, cheio de escravos brancos que foram retirados à força de seu país e enviados em condições desumanas para países que se apropriaram de suas vidas e os transformaram em escravos. Será que isso realmente aconteceu? É óbvio que não”, diz o texto escrito por Michelli Oliveira e Nathália Costa.

Também foi destacada a falta de protagonismo negro nas mídias, defasagem salarial, falta de acesso às melhores escolas, dentre outras questões.

“Temos hoje uma defasagem salarial enorme entre brancos e negros, onde os brancos ocupam cargos relativamente importantes e com salários bem mais altos. As melhores escolas quem tem acesso é a maioria não negra, nas universidades tanto professores quanto alunos em sua maioria são brancos. A elite é majoritariamente branca, consequentemente a mídia é ocupada por brancos. A representação do negro na mídia é minoritária e isso ocorre como podemos ver praticamente em todas as instancias. Porém, há locais que os negros ganham maior espaço, nos presídios brasileiros 67% da população carcerária são afrodescentes e 77% dos mortos no nosso país são jovens negros, entre 15 a 29 anos”, destacaram.

Assista ao vídeo da influencer catarinense: